Capítulo curtinho :) Espero que gostem <3
"Pedro ainda tá lá em casa...é tão bom ter ele por perto"
"Ele sempre tá comigo...se preocupando"
Natália contava cada detalhe dos últimos dias a Carol que escutava atentamente cada história da garota enquanto secava a louça que Natália lavava.
"Fico feliz Nati"
"Terminei" Natália disse enquanto secava as mãos.
"Vamos olhar o anime então?" Carol perguntou e ela confirmou com a cabeça.
"Nati...minha tv fica no quarto...mas tem o notebook..."
"Pode ser na tv...não sei...se você preferir o not..."
"Não, pode ser na tv...vem..." Carol diz sem jeito e as duas vão até o quarto de Soffredini.
Natália sentiu-se embriagada pelo cheiro familiar de Carol ao entrar no cômodo, olhou tudo ao redor vendo que a essência da garota estava exposta toda naquele ambiente. Desde os posters na parede aos livros na estante.
Carol ligou o ar, tirou os sapatos e se deitou nas almofadas com o controle na mão.
"Vem, fica à vontade..."
Natália assentiu com a cabeça, tirou o all star que calçava e lentamente se aproximou de Carol, sentando ao seu lado.
Elas ficam em silêncio olhando os trinta minutos do episódio do anime, mas Natália se sentia inquieta e muito consciente do corpo de Caro ao seu lado, o braço encostando levemente no seu, a respiração tranquila e o perfume característico dela.
Sem conseguir resistir, Natália vira o rosto, observando cada detalhe do rosto de Carol, o nariz perfeitamente esculpido, os olhos verdes que observavam a tela da tv atentamente, os fios pretos e ondulados que estavam soltos e por fim os lábios.
Não tinha um dia sequer que Natália não sentia seus lábios formigarem pela lembrança do beijo que elas trocaram. Era impossível não suspirar ao lembrar da sensação, foi uma sensação tão boa que Natália sentia suas entranhas se apertar em anseio por mais daquele sentimento. Sentindo suas bochechas esquentarem, ela desvia os olhos do rosto de Carol e tenta prestar atenção na tv.
"Acho que exagerei na temperatura do ar" Carol diz baixinho esfregando os braços.
"Tá frio mesmo" Natália concorda sem olhar na direção de Soffredini.
"Quer deitar?" Carol pergunta olhando para Natália enquanto começa a entrar debaixo da coberta e se deitar mais confortavelmente.
"Pode ser" Natália faz o mesmo, soltando um suspiro ao sentir o calor da coberta.
"Podemos olhar outra coisa, se você não estiver gostando" Carol diz enquanto se vira para olhar Natália.
"Não, to gostando sim"
Natália diz e seus olhos deixam a TV e encontram os verdes que a olhavam atentamente.
E com esse encontro. O silêncio. Os corações acelerados.
"Carol..." Natália murmura e por algum motivo que ela ainda não entende seus olhos se enchem de lágrimas. A mão de Carol vem em direção ao seu rosto mas para no meio do caminho, indecisa. Natália busca a mão e leva até seu rosto. Uma única lágrima deixa seus olhos e Carol limpa delicadamente.
"Eu..não...sei..." Carol murmurou fechando os olhos com força. E Natália leva a mão que estava ao seu rosto aos lábios deixando um beijo na palma da mão da garota e olha atentamente cada detalhe do rosto de Carol que estava com a respiração acelerada.
"Não sabe o que?" Natália perguntou baixinho.
E Carol abriu os olhos, encontrando os olhos escuros novamente. E como toda vez que seus olhares se cruzavam, Carol sentia uma mistura de sentimentos. Mas no momento, deitada na cama, sentindo o calor do corpo da garota tão perto do seu. Ela sentiu dor.
Dor de querer estar mais perto, dor de querer beijar os lábios novamente, dor de querer estar com Natália sempre. Dor de desejar tão profundamente e dor de saber que depois viria a sensação ruim, não o arrependimento. Natália nunca seria o seu arrependimento. Mas a sensação de estar perdida e sozinha, a sensação de culpa que poderia causar em Cardoso.
Mas ela tinha a tendência de ser egoísta e no fundo ela sabia que estava caindo. Não em tentação ou no pecado. Mas no amor.
Antes de abrir a boca para responder Natália. Uma voz sussurrou em sua cabeça "Deus tem um propósito para você" e como resposta ela murmurou para Cardoso.
"Eu não consigo parar de pensar em você ou no que aconteceu aquele dia..."
Os olhos escuros se arregalaram e fitaram os lábios carnudos de Carol.
E lentamente ela começou a se inclinar em direção a Carol olhando dentro dos olhos verdes, selando seus lábios.
As duas garotas soltaram um suspiro e fecharam os olhos.
Com calma Carol levou as mãos até o rosto de Natália, aprofundando o beijo. As mãos de Natália deslizaram lentamente pela cintura de Carol, puxando-a para mais perto, enquanto o toque suave dos lábios dela se intensificava. Natália, sentindo o calor de Carol e o ritmo acelerado do coração dela, deixou que seus dedos explorassem a curva da cintura, subindo até as costas, puxando-a ainda mais para si.
Natália soltou um suspiro entre os lábios, uma mistura de desejo e necessidade, e abriu os lábios para permitir que o beijo se aprofundasse ainda mais. A língua de Carol encontrou a de Natália em um movimento lento fazendo com que a garota soltasse um som de contentamento. A respiração das duas ficou entrecortada, e os corpos se moldaram um ao outro de forma instintiva, como se fossem feitos para se encaixar daquela maneira.
Quando a necessidade de respirar se fez presente, as duas se separaram e coloram as testas ainda tentando regular a respiração com os olhos fechados.
"Eu também não consigo parar de pensar em você Carol e isso é assustador"
Natália confessa com os olhos fechados, sentindo o calor do corpo da garota colado ao seu.
Sentindo-se corajosa ela abre os olhos encontrando os verdes a olhando.
"O propósito Natália" Carol sussurrou fazendo um carinho no rosto de Natália e sentindo suas próprias lágrimas escorrer por seu rosto.
Você é o meu propósito, você é a minha oração diária Natália.
É o que Carol queria dizer, gritar aos quatro ventos. Mas se contentou em selar seus lábios ao de Natália novamente enquanto os sorrisos enfeitavam o rosto das duas garotas.
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Oração
FanfictionNatália e Carol são duas jovens que, à primeira vista, parecem não ter nada em comum. Natália sonha com uma vida diferente, buscando liberdade e novas experiências. Já Carol, cansada de uma adolescência perturbada e agitada, encontra a paz de que pr...