Cap 14 - A visita de um estranho

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O silêncio na floresta estava quebrado apenas pelo som dos passos apressados de Leiftan, afundando na neve fofa a cada movimento. O ar frio queimava seus pulmões, e sua respiração pesada era visível em nuvens de vapor que se dissipavam rapidamente. Atrás dele, a visão do castelo em ruínas era um lembrete constante do desastre que havia causado. O que antes era uma fortaleza majestosa, agora estava parcialmente destruída, com torres desmoronando e uma nuvem de fumaça e destroços, elevando-se para o céu cinzento.

O medo se agarrava ao coração de Leiftan como garras de gelo. Ele não podia acreditar no que havia feito. Sua magia, tão poderosa e incontrolável, tinha finalmente escapado de suas mãos, resultando na devastação que agora deixava para trás, ele não sabia se havia sobreviventes, a explosões fora tão violenta e repentina que era impossível ter certeza. Mas, se alguém tivesse escapado, certamente estaria em busca de vingança, principalmente Griffin que já o odiava.

A cada passo que dava, o frio intenso parecia penetrar mais fundo em seus ossos, mas ele não podia parar. O castelo que uma vez lhe proporcionara abrigo e proteção, agora era uma cena de horror, e as sombras de seus erros o perseguiam na forma das árvores esqueléticas e silenciosas ao seu redor. A floresta estava coberta por uma camada espessa de neve branca, que brilhava em tons suaves na luz tênue do fim da tarde. Os galhos das árvores, carregados de neve, se curvavam, quase formando túneis estreitos pelos quais Leiftan passava correndo.

O som da explosão ainda ecoava em sua mente, o calor das chamas, o estrondo ensurdecedor... Tudo parecia estar ao seu redor, mesmo enquanto a neve abafava o mundo exterior. Ele sabia que não tinha muito tempo, mas ele também sabia que não tinha escolha senão continuar se movendo.

Seus pensamentos se voltaram para os momentos antes da explosão. O poder, que sempre esteve presente dentro dele como uma força latente, finalmente havia irrompido com uma fúria incontrolável mais uma vez. Havia terror nos olhos dele Mediev, misturado com uma tristeza profunda, Leiftan não poderia suportar a ideia de que ela poderia estar morta por culpa dele.

As árvores começaram a se fechar ao redor de Leiftan, como se a floresta estivesse tentando prendê-lo, ele mal podia ver o caminho à frente, com a neve caindo cada vez mais pesada, obscurecendo sua visão. O cansaço começava a se instalar, mas ele se forçava a continuar, ignorando a dor em seus músculos. O frio mordia sua pele, e ele podia sentir seus dedos dos pés e das mãos começando a adormecer, mas não havia tempo para pensar nisso, ele precisava escapar, precisava encontrar um lugar seguro onde pudesse entender o que tinha acontecido e, talvez, aprender a controlar o que agora parecia ser um poder destrutivo.

De repente, Leiftan tropeçou em uma raiz escondida sob a neve, caindo pesadamente no chão, a dor disparou por sua perna, mas ele cerrou os dentes e se forçou a levantar. Não podia parar agora, mas ao se levantar, ele percebeu o quanto estava vulnerável. A floresta, que antes parecia um refúgio, agora parecia estar se fechando ao seu redor, o vento soprando entre as árvores.

Leiftan se levantou, os músculos protestando com cada movimento. A neve começava a se acumular em seus cabelos e ombros, formando um manto branco que parecia querer absorvê-lo na paisagem ao redor, ele balançou a cabeça, tentando clarear os pensamentos enquanto ele começou a perceber que a floresta estava mais densa agora, os galhos das árvores se entrelaçando como se tentassem impedir sua passagem. O vento uivava entre as copas, trazendo consigo o eco distante da destruição que deixara para trás.

- Eu... eu não queria... - murmurou Leiftan, a voz rouca, quase inaudível.

Ele sentia um nó na garganta, uma mistura de arrependimento e desespero que crescia a cada passo.

- Eu não queria que terminasse assim. - ele diz baixo pois sabia que falar em voz alta era perigoso, qualquer som poderia atrair a atenção indesejada.

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