The Honor Of Five

Capítulo 12 - A visão de Togun

A noite havia tomado conta do céu de Isengard, as estrelas cintilavam no céu como diamantes incrustados em um manto escuro. Leiftan já estava em sua cama, o cansaço foi mais forte do que ele nessa noite o impossibilitando de ficar acordado por muito tempo para conseguir ver a estranha e nova amiga Mediev que estava presa. Leiftan abre os olhos ao notar que sua cama estava gelada o suficiente para perceber que estava dormindo no chão. O garoto abre os olhos, a luz do sol atrapalhando sua visão por alguns segundos o fazendo piscar algumas vezes antes de se levantar do chão coberto por neve, ele tem a visão de uma vila remota, onde o passado e o presente se entrelaçaram.

Leiftan caminhava entre os arbustos secos e congelados enquanto se aproximava a cada passo mais das pequenas casas de madeira. As velhas construções sussurravam histórias de um tempo em que a magia fluía como um rio sobrenatural, Leiftan sentiu que reconhecia o lugar com a palma de sua mão, mas ele nunca havia estado ali. Como era possível o garoto dormir em seus aposentos no castelo de sua mãe e acabar acordando em meio a uma vila que ele nunca vira em sua vida.

No coração da vila, Leiftan encontrou uma figura um pouco enigmática que chamou sua atenção. Uma mulher de longos cabelos negros e um longo vestido adornado com runas e algumas pedras preciosas. Os olhos negros profundos, fitaram Leiftan com uma intensidade que cortava através das camadas de sua alma. Era Aspen, uma feiticeira muito conhecida, cuja fama se estendia além das fronteiras do mar chegando mesmo até em Saharion.

Saharion era um reino próspero no coração do vasto deserto que tinha como imperador uma mulher chamada Yadra. Sua localização estratégica contribuiu para o crescimento do comércio e a construção de uma sociedade rica. O povo de Saharion era conhecido por sua habilidade em domar terras áridas, cultivando jardins exuberantes e construindo cidades majestosas.

No entanto, a abundância de Saharion despertou a cobiça de reinos vizinhos, um império ambicioso, Thalmar tinha olhos ávidos para as riquezas de Saharion. Sob o comando do rei de Thalmar conhecido como Lázaro, iniciou uma campanha de conquista para subjugar o reino do deserto. As batalhas foram brutais, não destruindo apenas o cultivo e o comércio local, mas, eventualmente, Saharion foi derrotado pelas forças invasoras deixando entre os mortos, crianças e mulheres inocentes.

O império de Lázaro, ao conquistar Saharion, não visava apenas o saque, mas também desejava explorar os segredos escondidos na cidade misteriosa. Entre os tesouros da cidade, foi descoberto um artefato antigo e poderoso, conhecido como a "Lágrima de Yunet". Havia alguns boatos de que este cristal era fonte de fertilidade que permitia ao Saharion prosperar no deserto.

-Togun. - chamou Aspen com uma voz que ecoava como o vento sussurrante. - Você é mais do que o simples habitante deste reino, você é feito de fragmentos de um passado que você ainda precisa desvendar.

Leiftan ficou curioso e assustado enquanto não conseguia desviar os olhos de Aspen, sentindo uma conexão profunda e inexplicável. Aspen estendeu a mão, e Leiftan, sem hesitação, a seguiu por entre as árvores do bosque coberto por neve.

Aspen começou a recitar palavras antigas, desencadeando uma visão que se desdobrava diante de Leiftan. A mulher explicou que o garoto foi escolhido para desvendar o enigma do passado, uma profecia entrelaçada com sua própria existência e um grande problema. Ele, que antes era Leiftan, agora era Togun, um nome destinado a ecoar através das eras como um herói destinado a mudar o curso do destino.

- Enigma? Linhagem? Não entendo, o que você quer dizer? - Leiftan arqueou as sobrancelhas, esperando mais explicações.

- Há uma profecia que paira sobre você garoto, uma profecia entrelaçada com sua própria existência. - Aspen para de andar e segura o rosto de Leiftan com as mãos. - Você foi escolhido para desenterrar as verdades do passado, para enfrentar as sombras que ameaçam o que está por vir.