Kai Parker
As paredes do meu “escritório improvisado” estavam cobertas de sombras e segredos, e não havia melhor lugar para formular meus planos. Eu olhei para Ella, que havia acabado de acordar e estava presa a uma cadeira com correntes anti-magia, a fúria e a determinação em seu olhar só tornavam a situação mais divertida para mim. Ela não tinha ideia de que estava apenas no começo de uma grande e emocionante jornada, uma que eu estava mais do que disposto a guiar.
– Você realmente acha que pode me desafiar? – perguntei, um sorriso malicioso se espalhando pelo meu rosto. – Isso é adorável. Honestamente, dá até um pouco de esperança para o futuro.
Ella me lançou um olhar feroz, a bravura dela quase me divertia. – Eu não vou deixar você fazer o que quiser, Kai. Isso é um sequestro! Você vai pagar por isso.
– Ah, sim, claro! Porque todos sabem que você, com sua bravura desmedida, vai mudar alguma coisa. Você se esquece de que estou aqui. Sou o único que sai vitorioso. E acredite, eu adoro um bom jogo. – Sorri, aproveitando o momento.
Ella se contorceu nas correntes mágicas que a prendiam, e por um breve instante, eu me perguntei se ela conseguiria se soltar. Mas a realidade é que, mesmo que ela conseguisse, o que a aguardava fora daquela sala não seria nada bom. Eu estava jogando com as cartas certas, e a vitória seria minha.
– Por que você está fazendo isso? O que você ganha com isso? – Ella perguntou, a voz cheia de desespero.
– Ah, querida, você realmente não entende, não? – Eu me aproximei, meu rosto a poucos centímetros do dela. O cheiro do medo era intoxicante. – Você pode me chamar de egoísta, mas tudo o que faço é em benefício próprio. Não sou um herói, e definitivamente não sou um vilão. Sou apenas... Kai Parker. O homem que sempre leva a melhor.
Ella hesitou, como se estivesse tentando processar minhas palavras. Na verdade, eu não precisava da magia dela para meu plano; o simples fato de que ela estava aqui era o suficiente. A confusão e o medo em seus olhos eram o que eu mais desejava.
– Você não vai sair impune disso – ela ameaçou, mas havia uma fraqueza em seu tom que eu não pude ignorar. Eu gostava de pensar que a fragilidade da situação poderia me levar a um lugar mais divertido.
– Oh, claro, o grande Kai Parker sempre saindo impune. Você deveria me conhecer melhor, Ella. Não sou apenas um “não, não”, sou mais um “sim, sim, por favor”. – Olhei ao redor da sala, como se estivesse apreciando a decoração.
– Este lugar tem um certo charme, não acha? Muito melhor do que o lugar onde eu estive preso durante todo esse tempo.– Você é um monstro! – Ela disparou, e não pude evitar rir.
– Monstro? É isso que você chama de mim? – Perguntei, fazendo uma pausa dramática. – Eu prefiro me ver como um artista da maldade. Cada ato que cometo é uma obra-prima. E você, minha querida, é apenas mais uma de minhas musas.
– Você acha que está me fazendo sentir medo? Você está errado. Você só está se divertindo consigo mesmo, e isso é patético.
– Patético? – Repeti, segurando a risada. – A verdade é que você é bem mais interessante do que muitos que já conheci. E, acredite, eu conheço uma variedade bem ampla de gente.
– Eu não sou uma peça de entretenimento, Kai. Você não pode me usar como quiser.
– Ah, mas você é! – Eu me inclinei mais perto, a voz quase um sussurro. – Você é uma combinação perfeita de beleza e raiva, e isso me fascina. E, para ser sincero, não tenho muitos interesses fora de mim mesmo, então você acaba sendo um ótimo passatempo.
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Path of Redemption - Kai Parker
VampiroEm Mystic Falls, onde o sobrenatural e o cotidiano se entrelaçam, uma jovem bruxa chamada Ella, filha da poderosa Freya Mikaelson, luta para entender seus próprios poderes e o legado que herdou. Enquanto a cidade enfrenta novos perigos, Ella descobr...