Path of Redemption - Kai Parker

Capítulo 15

Ella Mikaelson

Estar presa em um lugar com Kai Parker era a definição de um pesadelo, eu já estava aqui há cerca de uma semana. Cada momento ao seu lado era como uma montanha-russa de emoções que me deixava tonta. A ideia de estar com um lunático aterrorizante, um herege que parecia mais um predador à espreita, me deixava inquieta. Sua presença era opressiva, e ele parecia se divertir com o meu desconforto, cada risada dele ecoando na sala como uma cruel zombaria.

Enquanto ele se movia com confiança, eu me perguntava se realmente conseguiria encontrar uma saída. A cada passo que ele dava, meu coração acelerava, e não apenas pelo medo. Havia uma estranha tensão no ar, uma eletricidade que me deixava nervosa. Era insano pensar que um ser como ele pudesse me afetar de tantas maneiras, mas, de alguma forma, ele conseguia.

– Você está bem, Ella? – ele perguntou, seus olhos brilhando com malícia.
– Parece que viu um fantasma.

– Não sou eu quem está com um comportamento de lunático. – Eu forcei um sorriso, tentando parecer confiante, mas não havia como esconder a verdade. Kai tinha esse dom de me deixar desconfortável. Ele estava se divertindo às minhas custas, e isso me deixava furiosa.

– Lunático? Que palavra interessante! Mas você deve admitir que isso torna tudo mais divertido, não acha? – ele disse, inclinando-se para mais perto.

– Divertido? Você deve estar brincando! Isso é uma loucura, Kai! Você não tem nada melhor para fazer do que me atormentar? – retruquei, cruzando os braços na tentativa de me proteger.

Ele soltou uma risada baixa, como se a minha indignação fosse a melhor piada do dia. – Ah, Ella, você ainda não entendeu. Isso é o que eu considero divertido. O medo nos olhos das pessoas, a adrenalina… é tudo parte do show.

A cada palavra, a frustração crescia dentro de mim. Como ele conseguia ser tão insensível? Não havia uma centelha de compaixão naquele olhar.

– Você não pode ficar se divertindo à custa dos outros – eu disse, tentando me firmar no que acreditava.

– Oh, querida, você não tem ideia do que é diversão. – O sorriso dele se alargou, e a tensão na sala aumentou. Então, de repente, ele mudou de assunto, e eu não estava preparada para o que viria a seguir. – Estou com fome. Pena que não trouxe nada para beber. Acho que vou ter que beber seu sangue, Ella.

Meu coração parou por um momento, e a incredulidade tomou conta de mim. – O quê? Você não pode estar falando sério!

– Ah, mas eu estou. – Ele se aproximou mais uma vez, e eu recuei, meu pulso começando a acelerar em antecipação e medo.

– Isso é loucura! – eu gritei, o pânico se instalando em meu peito. – Você não pode simplesmente me tratar como um lanche!

– Amor, eu também sou vampiro, e se você não sabe, preciso beber sangue!
– Kai disse, seu tom de voz calmo, como se estivesse explicando algo óbvio. – E você é minha refém agora, Ella. E eu sou um herege! O que mais você esperava?

Eu estava indignada, sentindo a raiva crescer dentro de mim, mas havia também um misto de emoções que eu não conseguia identificar. A ideia de ele se alimentar de mim era repugnante, mas ao mesmo tempo, havia uma parte de mim que sentia uma estranha adrenalina diante da possibilidade.

– Você realmente pensa que eu vou deixar você fazer isso? – eu o desafiei, mesmo sabendo que estava em uma posição vulnerável.

– Oh, querida, você não tem escolha.
– Ele sorriu, as presas à vista. – E, acredite, não quero fazer isso de forma dolorosa. – Ele fez um gesto despreocupado, como se a vida de uma adolescente fosse a coisa mais insignificante do mundo.