Path of Redemption - Kai Parker

Capítulo 14

Narradora

O ambiente na sala improvisada de Kai estava carregado de uma tensão que nem dava para explicar. As sombras dançavam nas paredes, moldando um cenário que refletia a mente caótica do próprio Kai Parker. Ele estava em um estado de espírito lúdico, mas com uma frieza que deixava claro que estava longe de ser inofensivo. Ella, ainda presa em uma cadeira com correntes anti-magia, sentia a pressão da situação se intensificar a cada momento que passava.

Kai se movia pelo espaço como um predador que sabia que sua presa estava à mercê. O olhar malicioso em seu rosto indicava que ele tinha planos que iam além de simplesmente atormentá-la. Ele se aproximou, a distância entre eles diminuindo enquanto um sorriso satisfeito se espalhava por seus lábios.

– Sabe, Ella – começou Kai, a voz suave e cheia de desprezo – eu estive pensando. Seu poder… é algo que eu gostaria de ter. Uma pequena fração, para ser mais preciso. – Ele parou, observando a reação dela, os olhos brilhando com uma expectativa maliciosa.

Ella ergueu a cabeça, determinada a não mostrar fraqueza. – Você não pode tirar nada de mim, Kai. Você não é tão poderoso assim.

Ele riu, uma risada que reverberou nas paredes, cheia de desdém. – Ah, minha querida, você realmente subestima o que sou capaz. E posso te garantir, a resistência só tornará as coisas piores para você. – Ele se inclinou mais perto, sua expressão agora sombria. – Não costumo ter dó de quem eu torturo, e não seria diferente com você. Se eu quisesse, poderia fazer você desejar nunca ter cruzado meu caminho.

Ella sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ela sabia que Kai era implacável, mas a maneira como ele falava sobre seu poder era ainda mais perturbadora.

– Você realmente acha que me intimidar vai te fazer vencer? Você é apenas um covarde que precisa usar artifícios para se sentir poderoso. – falou ela, o desafiando.

– Covarde? – Kai repetiu, como se tivesse provado algo amargo. – Oh, Ella, você tem tanto a aprender. Você não me conhece de verdade. Se você achar que pode me provocar sem consequências, está redondamente enganada. – Ele se afastou, dando a volta ao redor dela como um gato brincando com um rato, sua presença pesada e ameaçadora.
– Eu posso ser malvado, mas há um lado de mim que aprecia a beleza e o poder que você possui. E é exatamente isso que me atrai. Você é tão… intrigante.

Ella tentou ignorar a forma como ele falava sobre seu poder. Kai estava jogando um jogo perigoso, e ela se recusava a ser apenas uma peça de seu entretenimento. – Você pode pensar que está no controle, mas a verdade é que a sua obsessão por poder só vai te destruir. – A raiva e a determinação preenchiam sua voz, mas, por dentro, ela se sentia vulnerável.

Kai se aproximou novamente, os olhos fixos nos dela, agora intensos e frios.

– Destruir? Oh, não, querida. Eu não estou aqui para destruir. Estou aqui para explorar o que você tem a oferecer. E acredite, não será bonito para você se decidir resistir. – Ele inclinou a cabeça, como se estivesse avaliando sua presa, e continuou. – Então, por favor, não me faça ficar impaciente. Isso seria… desagradável para nós dois.

A sensação de impotência a envolveu, mas Ella se negou a ceder. A luta interna era intensa, e ela precisava encontrar uma maneira de escapar daquela situação. O controle que Kai parecia ter a deixava furiosa, mas ela sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir.

Kai se afastou um pouco, observando-a com um sorriso arrogante, como se estivesse esperando que ela revelasse seu medo.

– Vamos, Ella. O que você vai fazer agora? – perguntou, a provocação em sua voz quase uma música para seus ouvidos. Ele estava se divertindo, e isso só aumentava a determinação dela de não se deixar vencer.