4 corações apaixonados

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Nina fazia de tudo para evitar encontrar-se com Liam, e Liam fazia de tudo para tentar conversar com Nina. Toda vez que era hora do repasto, Nina saía para comer na padaria da família de Luke, e Liam sabia disso. Quando Nina chegou à padaria, Liam estava lá, e não havia como ela fugir. Nina se virou para tentar escapar, mas Liam foi atrás.

— Nina, espera! — bradou Liam.

— Não quero falar contigo! — retrucou Nina.

— Por favor! — implorou Liam, segurando o braço de Nina.

— Estás comprometido, e ponto! Não temos nada a discutir. Daqui em diante, serei apenas tua serva e nada mais! — disse Nina.

Nina soltou o braço de Liam e se virou para partir, mas Liam interveio novamente:

— Então, como minha serva, ordeno-te que venhas até mim! — comandou Liam.

Nina parou, respirou fundo, virou-se e foi até Liam.

— Agradeço! Vem comigo para um lugar mais reservado — disse Liam.

Liam pegou a mão de Nina e a conduziu. Enquanto isso, Anthony cavalgava um pouco distante de seu reino, trajando vestes mais simples, pois não queria ser incomodado. No meio do caminho, foi parado por um chanceler de uma princesa, que mostrava expressão preocupada.

— Desculpe incomodar, caro homem, mas não viste uma bela mulher de cabelos loiros, um pouco mais baixa que eu, andando por aí? — perguntou o chanceler.

— Perdoe-me, mas não vi ninguém! — respondeu Anthony.

— Está bem, continue tua viagem, e se a encontrares, por favor, traga-a até mim — pediu o chanceler.

— Claro — aceitou Anthony.

Anthony continuou, e não muito distante de onde encontrou o chanceler, parou em um poço para saciar sua sede, quando ouviu um som de choro do outro lado do poço. Ele foi devagar até onde vinha o som e encontrou uma mulher vestida em trajes roxos, com joias de prata e ouro, e seu cabelo coberto por um lenço. Era uma Gowerana do reino de Gower, onde as mulheres têm o costume de usar lenços na cabeça quando estão na rua.

— Olá, madame! Mesmo que não seja da minha conta, está tudo bem? — perguntou Anthony.

— Não... não está nada bem. Fui tirada de minha casa para casar com alguém que não conheço — disse a moça, soluçando.

Anthony sentou-se ao lado da moça.

— Qual é teu nome? — perguntou Anthony.

— Valentina, e o teu? — perguntou Valentina.

— Meu nome é Anthony, muito prazer! — disse Anthony, estendendo sua mão.

Valentina apertou a mão de Anthony.

— Bem, Valentina, nunca passei por isso, então não sei o que estás sentindo, mas conheci alguém que passou por isso... — disse Anthony.

— Quem? — perguntou Valentina.

— Minha mãe... Ela me contava que ficava muito triste, pois também foi tirada de sua família. Foi enviada para um lugar que não conhecia, com costumes totalmente diferentes dos dela, pessoas diferentes das que conhecia. Ela estava sozinha, com medo de que seu marido a tratasse mal ou não gostasse dela. Mas eles se apaixonaram... Quando ela o conheceu, foi como se fosse sua alma gêmea — disse Anthony.

Valentina ajeitou sua postura, limpou suas lágrimas e admirou toda a face de Anthony enquanto ele falava.

— Mas enfim... não tenhas medo, tudo ficará bem, e podes ficar despreocupada, pois quem quer que seja com quem vás casar, ele ficará encantado contigo, pois és muito linda! — disse Anthony com um sorriso.

Valentina riu, meio envergonhada.

— Estás me deixando envergonhada! — disse Valentina, dando um leve empurrão em Anthony.

Os dois riram.

— Mas realmente, és muito bonita! — disse Anthony, encarando Valentina.

Os dois se olharam e estavam prestes a se beijar quando alguém gritou por Valentina.

— Valentina! Estás aqui? — gritou o chanceler.

Valentina puxou Anthony para baixo, para escondê-lo do chanceler, e se levantou.

— Estou aqui! — disse Valentina.

— Ora, estava desesperado, por favor, vamos! — pediu o chanceler.

Valentina foi até o chanceler. Anthony espiou por trás do poço, vendo Valentina ir, e ela olhou para trás com um sorriso, depois se virou de volta e foi embora. Anthony encostou-se no poço e soltou um suspiro acompanhado de um sorriso bobo.

Aqui está o conto com as falas em um estilo mais medieval:

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Liam levou Nina ao campo de margaridas, o mesmo onde haviam feito um piquenique há alguns dias. Os dois adentraram o campo e se sentaram.

— Olha, não desejo este casamento, é meu pai quem me obriga. Tudo por conta de uma aliança. Nina, eu te amo. Se pudesse, desposaria a ti e não a ela — explicou Liam, olhando para Nina com os olhos brilhando.

— Eu também te amo... mas não podemos ficar juntos... minha mãe estava certa, não dará certo — disse Nina com uma expressão de tristeza.

— Não! Podemos fazer dar certo, podemos fugir! Eu... eu só queria ser feliz ao menos uma vez, só queria que algo desse certo em minha vida. Está tudo dando errado — falou Liam, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Nina limpou as lágrimas de Liam e o beijou. Liam encostou a cabeça no ombro de Nina.

— Não desistas de nós... não desistas de mim — implorou Liam.

— Eu te imploro o mesmo — disse Nina, acariciando Liam.

Os dois se abraçaram enquanto admiravam o pôr do sol.

O castelo Branco (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora