Capítulo 25

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⠀⠀Louis observou Harry dormir.

⠀⠀Era possível que a droga na bebida de Harry o tivesse deixado confuso.

⠀⠀Era possível que ele estivesse falando bobagens. Também era possível que os porcos voassem. Chega de desculpas. As divagações de bêbado nunca deveriam ser desconsideradas como algo sem importância. Tudo o que o álcool fazia era afrouxar as inibições. Era inegável que Harry tinha algum tipo de sentimento em relação a ele. Paixão.

⠀⠀Louis cerrou a mandíbula, tentando ignorar a tempestade de emoções contraditórias que a ideia causava.

⠀⠀Resmungando algo em seu sono, Harry se mexeu e encostou o rosto no ombro de Louis, passando a perna por cima da coxa dele.

⠀⠀Louis olhou para seus cílios dourados e lábios rosados entreabertos.

⠀⠀Eu te odiava tanto, mas agora tudo parece sem graça sem você. Quero ver você sempre.

⠀⠀Seu estômago se apertou com uma sensação estranha, não totalmente desagradável, e os lábios de Louis se afinaram. Ele deveria ter se irritado com isso. Os sentimentos idiotas de Harry iam custar a Louis um assistente perfeitamente bom com o qual ele havia se acostumado. Eles tinham um bom sistema; por que Harry tinha que estragar tudo? E Harry havia estragado tudo. A decisão de Louis era inevitável agora.

⠀⠀Ao contrário da opinião popular, Louis não era um homem cruel. Ele não gostava de partir o coração das pessoas. Depois de seu último rompimento espetacular e desastroso, há uma década, ele criou uma regra para si mesmo e a manteve: não ter mais relacionamentos. Ele cortava todos os laços com uma mulher se percebesse que ela estava começando a olhar para ele com um olhar de admiração. Era melhor terminar as coisas antes que houvesse sentimentos reais envolvidos e alguém se machucasse quando ele, inevitavelmente, não conseguisse mantê-lo dentro das calças e transasse com outra pessoa.

⠀⠀No passado, terminar seu relacionamento com a mulher em questão tinha sido fácil. Tudo o que ele tinha de fazer era parar de fazer sexo com ela e dizer à sua assistente pessoal para não receber ligações dela. Sem coração? Talvez. Mas era prático. Até mesmo gentil, de um certo ponto de vista.

⠀⠀Mas, dessa vez, as coisas eram mais complicadas. A "mulher" era seu assistente pessoal.

⠀⠀Louis suspirou pesadamente. Droga, ele não queria outro assistente. Ele era uma criatura de hábitos.

⠀⠀Ele não queria ter que treinar outro assistente pessoal.

⠀⠀Como se essa fosse a única razão para você estar enrolando, disse uma voz sarcástica no fundo da mente dele. Você deveria tê-lo transferido há meses, em vez de enchê-lo com seu pau várias vezes ao dia.

⠀⠀Louis passou a mão no rosto, exalando por entre os dentes cerrados. Era inegável que o caso com Harry havia durado muito mais do que qualquer outro de seus arranjos sexuais na última década. A irmã de Harry estava certa ao dizer que era apenas uma questão de tempo até que todos na empresa descobrissem que eles estavam transando, e isso realmente arruinaria a carreira de Harry antes mesmo de começar. E ele não queria que isso acontecesse. Ele... ele gostava de Harry.

⠀⠀A ideia fez Louis fazer uma careta, mas ele não podia negar. Ele gostava de Harry – como pessoa. Gostava mais dele do que de... praticamente todo mundo. Isso não era algo novo. Mesmo no início, quando Harry o irritava com sua insubordinação, teimosia e presunção, ele ainda divertia Louis. Se ele não gostasse de Harry, já o teria demitido há muito tempo.

⠀⠀Mas ele tinha sido egoísta. Egoísta e ganancioso. Ele ainda não havia se entediado de Harry; sua relutância em deixá-lo ir era resultado disso.

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