Capítulo 3

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⠀⠀Seu primeiro dia de trabalho não foi tão horrível quanto Harry esperava. Foi pior.

⠀⠀No momento em que Tomlinson entrou no escritório, ele deu uma olhada em Harry e disse: "O que você está vestindo?" Foi dito com tão pouca inflexão na voz que levou um momento para Harry registrar aquilo como uma pergunta.

⠀⠀Ele olhou para si mesmo e franziu a testa. "Um terno?" disse.

⠀⠀Os lábios de Tomlinson se curvaram em desdém. "Não posso ter meu assistente parecendo assim. Onde você encontrou isso? Em um brechó?"

⠀⠀Harry corou. "Nem todos nós podemos nos dar ao luxo de comprar ternos de milhares de dólares. Senhor."

⠀⠀Os olhos azuis do demônio perfuraram Harry, desdenhosos. "Vá comprar alguns ternos e camisas decentes." Ele olhou para os sapatos de Harry e fez uma careta. "Sapatos também. A aparência do meu assistente reflete sobre mim."

⠀⠀"Minhas roupas estão perfeitamente bem," Harry retrucou. "Não vou desperdiçar o pouco dinheiro que tenho em roupas."

⠀⠀A mandíbula de Tomlinson se contraiu. "Certo. Vamos."

⠀⠀Confuso, Harry se levantou. "O quê?"

⠀⠀Seu chefe não disse nada, apenas colocou uma mão pesada na nuca de Harry e o conduziu em direção à porta sem cerimônia, seu toque como uma marca.

⠀⠀Suprimindo a vontade de dizer que era perfeitamente capaz de andar sozinho, Harry respirou fundo, inspirando e expirando. Aquilo não era ele. Ele não era esse cara irritadiço e facilmente perturbado. Ele era melhor do que isso. Ele deveria manter a calma e não deixar Tomlinson afetá-lo. Ele podia lidar com um pouco de manipulação. Ele podia lidar com ser mandado. Ele podia até lidar com ser tratado como se sua opinião sobre suas próprias roupas não importasse. Ele podia aguentar e lidar com isso. Porque Taylor estava certa: mesmo deixando a aposta de lado, isso era uma grande oportunidade para sua carreira e seu futuro. Ainda assim, isso o irritava.

⠀⠀Tomlinson o conduziu até o elevador, depois pelo estacionamento subterrâneo, sua pegada firme ainda na nuca de Harry. Harry se sentia como um cachorro sendo levado pelo dono.

⠀⠀Finalmente, chegaram a um Ferrari preto de quatro lugares. O motorista abriu a porta assim que viu o chefe, que empurrou Harry para dentro do carro e finalmente o soltou.

⠀⠀Carrancudo, Harry esfregou a nuca. Ainda parecia que sua pele estava queimando com o toque fantasma, rastejando de desconforto. Ele não sabia por que aquele homem o deixava tão... inquieto. Inquieto não parecia ser a palavra certa, mas Harry não conseguia pensar em uma melhor.

⠀⠀Tomlinson jogou um cartão de crédito no colo de Harry. "Leve-o a uma loja de roupas," disse ao motorista, sem nem olhar para Harry. "Seja rápido."

⠀⠀Harry abriu a boca para dizer o que pensava daquele idiota autoritário, mas Tomlinson fechou a porta sem cerimônia e se afastou, já falando com alguém ao telefone.

⠀⠀"Idiota," murmurou Harry, recostando-se no assento e olhando ao redor do interior luxuoso enquanto o carro partia. "Um Ferrari para um Tomlinson. Poderia ser mais egocêntrico?"

⠀⠀"Para qual loja você gostaria de ir?" perguntou o motorista.

⠀⠀Harry olhou para o cartão de crédito preto em seu colo e sorriu sombriamente. Tudo bem. Tomlinson queria que ele comprasse roupas decentes? Ele compraria roupas decentes.

⠀⠀Uma hora e $15.465 depois, Harry entrou no escritório do Caldwell Group com seu novo terno Armani, camisa e sapatos, segurando o resto das sacolas de compras em ambas as mãos.

at the CEO's command - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora