Inesperado

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De volta ao recanto das nuvens Xichen se sentia agitado. Ele estava inquieto como se algo dentro de si, borbulhasse. Inicialmente ele pensou ser o vazio momentâneo que sentia de ver seu amigo partir. Como toda vez acontecia ao ver seu amigo se virar e acenar com um olhar sorridente.

Assim que relatou o corrido em Bailling o Nie foi convocado a sala de reuniões enquanto Xichen se apressou para terminar as gencianas. Não tinha muito o que fazer na pintura. Só restava fazer os últimos retoques o qual fez com cuidado.

— Xichen?

Xichen se virou surpreso ao encontrar Wangji.

— Didi, entre!

— Você já está pintando? — Lan Zhan desviou sua atenção ao quadro e ele ficou olhando por um tempo, sua expressão se tornou turbulenta. — Gencianas?

— Sim! É um presente para A-Jue. Na verdade, eu pintei outra coisa, mas ele gostou tanto dessas.

Wangji ficou em silêncio, enquanto Xichen inspecionava a tela mais uma vez procurando por falhas.

— Terminei! Agora preciso embrulhar — Xichen não conseguia segurar sua animação. Ele não se lembra de ter o mesmo sentimento ao pintar a àguia e a flor de lótus ou qualquer outro quadro. Xichen lançou um encanto na obra para secar e mais outro para ter um tempo de vida maior.

— Irmão, você não se incomoda de presenteá-lo com algo assim?

Wangji soou um pouco tenso.

— Não há nada de errado, você não compôs uma música para o jovem Wei? Estou presenteado A-jue porque ele precisa de paz na vida dele.

— Mm.

— Ele já vai partir. — Lan Xichen tentava procurar um manto para cobrir a tela até entregasse para o novo guardião.

Wangji acompanhou Xichen silenciosamente o caminho todo até a sala de conferência. Seu tio conversava tranquilo com Mingjue até que Xichen e Wangji adentraram na sala.

— Xichen, Wangji? Oh! O que é isso?

Xichen sorriu. Quiren amava seus quadros. Ele nunca diria isso, mas Xichen sempre o pegava distraído fitando os girassóis da biblioteca ou as íris do pavilhão com um olhar deslumbrado.

— É um presente para, A-Jue. Eu imaginei que ele já estaria partindo.

— Estou e me esqueci completamente do seu presente, perdão. — O Nie fez uma reverência qual Wangji e Xichen replicaram prontamente.

— Posso ver? — Quiren soou sério demais de repente.

Xichen o analisou brevemente tentando compreender o que seu tio estava pensando. Ele não estava pensando que Xichen faria um quadrado indelicado. Estava? 

– Claro! — Xichen retirou o pano e assistiu todos ofegarem.

— É tão lindo Xichen — Mingjue era astuto, rapidamente ele notou o olhar impassivo de Quiren que se transformou de surpresa para algo diferente. — Mas você tem certeza que devo aceitar?

Xichen olhou com receio para o tio.

— Na verdade, eu pintei para colocar aqui. Eu sei que são flores que significam muito para nossa família. Eram as favoritas de minha mãe.

— Xichen, não posso aceitar.

Xichen se sentia sufocado. Ele parecia deslumbrado ontem e agora que tomou conhecimento ele não levaria. Que besteira!

— Mas você gostou tanto antes de saber sobre isso. São flores como qualquer outras e também são azuis e além da cor do meu clã é uma cor bonita e calma. Flores azuis representa prosperidade, respeito. Eu posso sempre pintar mais quadros...

GentianaOnde histórias criam vida. Descubra agora