Gentiana

Velho amigo

Xichen estava desenhando um quadro de Gencianas, o ar gelado da manhã o inspirava. Ele amava a natureza e sua perfeição, e seu passatempo favorito era replicar os padrões que via. Naquela manhã  estava desenhando um quadro de Gencianas, o ar gelado da manhã o inspirava. Ele amava a natureza e sua perfeição, e seu passa tempo favorito era replicar os padrões e aquela beleza exuberante. Xichen poderia passar horas observando o céu e o jardim, os pastos, os rios e quando se sentisse dispostos tentava reproduzir as cores com seus utensílios artísticos ousando brincar de criador. Mas ele sabia que sua habilidade sempre era insuficiente, ele por vezes não via tanto progresso mesmo que as pessoas que recebiam seus quadros se deslumbrasse com a sua arte.

Ele poderia dizer que sua especialidade era pintar flores, elas eram delicadas e vinham em variados tamanhos e tipos. Ultimamente Xichen quase nunca usava seus canvas de arroz ao invés disso ilustrava seus estudos medicinais e cartas aqui e ali para reconhecer as plantas quando as visse. Fazia isso mais com Mingjue que dizia se sentir privilegiado de entender como Xichen via o mundo e não o repreendia por perder o seu tempo. Mingjue adorava receber suas poesias e pinturas, mas Huaisang era quem respondia de volta com suas impressões detalhadas e exageradas.

Mingjue lhe dava os melhores elogios, sempre pessoalmente, Xichen sentia como se seu coração estivesse exposto toda vez que os olhos negros o fitavam e ouvir do Líder Nie expressar sua apreciação o deixava constrangido, pois ele era sempre brutalmente honesto.

Xichen também se orgulhava por abrir um caminho para Huaisang e estreitar os laços entre os irmãos Nies juntamente do Lans e Nies. Xichen criou um método de cura através da confecção de quadros e como a música de seu clã aquilo era algo relacionado aos sentidos. Quem olha-se os seus quadros receberia sua energia. Era algo complexo que exigia tempo e o praticante deveria ter certa noção de cultivação. Porém, não eram tão eficazes como as músicas de seu clã, as pinturas funcionavam mais como um ancoramento de energia do que uma arma.

Xichen praticava aquilo a anos sem saber, gostava de transmitir sua energia espiritual durante as pinceladas e isso exigia muito de sua atenção. Era difícil fazer duas coisas difíceis em simultâneo, sem que borrasse ou que se perdesse em pensamentos. Suas emoções deveriam estar alinhadas, seu toque deveria ser sutil. Mas era muito compensador quando finalizava.

Foi daquela maneira que A-Jue o encontrou. Xichen ouviu batidas na porta do Hanshi e se surpreendeu ao se deparar com Chifeng-Zun.

— A-Jue, o que faz aqui? — Xichen abriu mais a porta para que ele entrasse.

— Estava próximo, você está pintando? — Mingjue sorriu largamente e Xichen se sentiu hipnotizado, seu amigo era tão atrativo ainda mais sorrindo daquela maneira.

— Como você adivinhou?

Os dedos de A-Jue afagaram a sua bochecha com uma delicadeza que Xichen jamais acharia que o Líder seria capaz. Aquilo o pegou desprevenido, Xichen sentiu seu coração vir à boca e ele se viu incapaz de falar qualquer coisa. A-Jue pareceu perceber aquilo porque seus olhos sustentaram os seus um pouco mais até ele fitar suas mãos desajeitadamente.

— Você manchou o seu rosto.

Xichen soltou uma risada para descontrair aquela tensão toda.

— Nunca consigo pintar sem me manchar — Xichen tentou limpar o seu rosto com as costas da mão - Venha, vou fazer um chá.

Mingjue foi imediatamente até seus quadros e o Lan ouviu o Nie sobressaltar-se. Ele sempre era tão espontâneo.

Ele sempre era tão espontâneo

— Impressionante! Não consigo imaginar que isso foi feito por mãos humanas! Parece tão real!

— Escolha o seu! Pintei essa águia pensando nos Nies.

Mingjue olhou pensativo para os três quadros finalizados e Xichen notou seu olhar se desviar com frequência para as genianas incompletas, ele parecia hesitante quando apontou para as gencianas.

— Hmmm, ela ainda não está terminada. Chifeng-Zun realmente tem um gosto requintado para isso, esse está sendo o mais difícil, você sabia? Ah! Esse tom é tão dificel de obter. Você não imagina!

Xichen não diria ao amigo que aquele quadro ele colocaria na sala de reuniões dos anciões para que elas transmitisse calmaria e harmonia que precisavam. Mas se o universo desejasse que aquele fosse destino delas, que assim fosse. Xichen apenas era o criador, mas sua obra que decidia sua moradia. E como era tão propício! Aquelas flores poderiam acalmar o coração turbulento do Nie, pelo menos quando o Lan não estava presente para tocar para ele.

— Amanhã antes de partir estará pronto ou você quer esperar por mim, terminar hoje?

— Vamos deixar para amanhã, venha, vamos tomar o chá.

Xichen sempre se sentia renovado quando se reencontrava com o amigo. Era acalentador e o relembrava dos velhos tempos quando viviam sem preocupações. Como ele desejava ter mais tempo para ser ele mesmo.