Meu Luar

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Mingjue estava desesperado, mas sabia que era apenas ferimentos superficiais. Um cultivador do calibre da Primeira Jade não sucumbiria simplesmente por uma queda como aquela. Os Lans cultivavam até imortalidade! Xichen era um cultivador poderoso ele conseguiria se curar em um piscar de olhos. Quando acordasse a única coisa que teria que se preocupar era a ressaca.

O Nie carregou seu amigo em sua costas até a pousada. Quando chegou no estabelecimento foi um alvoroço mas em pouco tempo Xichen estava limpo dentro da banheira. Mingjue finalmente pode trocar o curativo improvisado por um verdadeiro e sua ferida estava quase fechada.

Mingjue o tocou como quem tocava uma porcelana. Ele molhou uma toalha e enxugou o suor do rosto mais bonito daquele mundo e após finalizar o levou até a cama, enrolado no seu roube extra. Soltou os cabelos negros sedosos que tingiram a cama de preto. Os olhos traidores de Mingjue capturaram a pele pálida como a neve e Mingjue congelou onde estava.

Fazia tanto tempo que não via o amigo daquela forma tão intima. Mingjue sempre achou que Xichen não podia ser daquele mundo. Ele não tinha falhas. Ele parecia a própria manifestação de um anjo, uma joia, uma pura jade. Ele era gentil, lindo, respeitoso, inteligente. Nunca estava fora de forma, nunca tinha os cabelos fora do lugar e tudo que fazia eram com elegância. Não era capaz de fazer mal a nada e nem ninguém de forma espontânea, não aquela não era sua natureza. Mingjue suspirou ao ver aquela cintura fina tão diferente de anos atrás, elas eram fortes agora. Não importava quantas pessoas encontrasse nunca em sua vida ele acharia uma cintura tão atrativa, dedos tão delicados, olhares mais suaves ou voz mais doce que a do Beta.

Mingjue soltou um riso histérico certo que ficaria cravado em sua memória para sempre e que homem ou mulher nenhuma substituiria o lugar que Xichen conquistou em seu peito. Ninguém jamais seria tão sensual como aquele cultivador. Ninguém chegaria tão próximo de seu coração como seu estimado amigo.

Mingjue se perguntava porque? O que corria nas àguas de Gusu? Do que eram feitos aqueles lábios rosados? Por que era tão difícil não agir como um idiota na frente dele. Por que Xichen era tão tentador sem ter feito absolutamente nada?

Xichen era tão diferente dele. Ele era gentil e bom quando Mingjue machucava as pessoas sem saber pela sua falta de tato.

O Nie perdeu sua mãe cedo e foi criado pelo seu pai até sua adolescência quando ele também o deixou. O que Mingjue saberia sobre gentileza quando foi obrigado a ir a uma batalha aos 15 anos e assumir a posição de seu pai e ainda cuidar de seu irmão? Quando ele viu o mais podre da humanidade, o que as pessoas faziam por dinheiro. Ele não podia confiar nem na sua própria sombra.

Mingjue não tinha tempo para ler poesias, para pintar, para tocar instrumentos quando seu clã dependia dele. Nas horas livres ele corria para educar seu irmão preguiçoso e imprestavel, aprender sobre táticas de guerra e alimentar sua espada demoníaca com treinamento pesado mesmo quando ela consumia sua essência.

O Nie voltou ao foco pressionando os dedos contra as costelas fraturadas de Xichen forçando o alinhamento dos ossos com aquela prática secreta dos Nies. Que possibilitava que fossem tão habilidosos guerreiros ao reconstruir os ossos com a força emprestada da espada.

Costelas prontas, Mingjue moveu para as pernas e fez um novo curativo, derramando sua energia e assistindo a pele regenerar para ter absolutamente certeza que ele acordaria sem lembrar do que era dor.

Xichen não merecia nenhuma dor do mundo. Ele era tão... Sensível, generoso e inocente. Uma das almas mais caridosas que teve o prazer de encontrar naquela vida.

O líder Nie foi até a janelas para respirar, ele não conseguia olhar para Xichen em uma cama. Ele julgava seu sub gênero pelo pensamentos ardentes que pintavam em sua mente.

GentianaOnde histórias criam vida. Descubra agora