Comentários sobre A Velha dos Cabelos - V

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Comentei sobre os "poderes antigos" dos quais surgiu — ao menos em análise, seria certo dizer —, a velha dos cabelos. Porém se tratando do texto que precede a narrativa, a velha paciente de "felicidade sintética", sendo convertida em uma árvore, profetiza em todos os símbolos a história que a vinga. Apesar de não ter ligação com a "Santa Bárbara", ainda assim no signo da árvore retoma sua via porque compartilha o estado de vítima de um poder multitudinário, como o fio esmagado pelo ethos, e na vingança da velha dos cabelos é como a vingança da árvore mundial.

Hermann Hesse no poema "MEDIA IN VITA" — do livro "Andares: antologia poética", tradução e prólogo de Geir Campos, Nova Fronteira, 1976 —, usa a palavra "weltenbaum", a "árvore do mundo", em uma estrutura poética que denota a "árvore da vida" judaica-cristã, porém não seria justamente confundir eruditamente as coisas o que ele queria? Veja o seu romance Sidarta, 1922, que confunde com despertamentos relativos e narrativas de relativização, não se tratava das inúmeras quinta-colunas de uma guerra a ser explicada? Para esclarecer dúvidas com a língua alemã vejamos a banda Falkenstein que se define como um projeto musical neofolk da Alemanha, 2007, com profunda afinidade com a natureza e o paganismo, e tem uma música com este título, "Weltenbaum". A letra dessa música fala de um culto à "árvore" e de sacrifícios à "árvore", então aí chegamos ao ponto. O plano profundo disso tudo seria a luta travada entre dois sistemas religiosos, o paganismo e o cristianismo, o mundo velho europeu e um mundo novo brasileiro, e onde as vítimas dos sacrifícios, as esfoladas pelos velhos druidas, juntaram seus clamores de vingança do fundo da terra para o rescaldo histórico das tragédias modernas.


#avelhadoscabeloseste texto é parte do blog "gralhando no deserto":https://gralhando

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