Capítulo 7

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Capítulo 7

Após o fatídico jantar, os Bridgertons e Penélope permaneceram na Escócia até o casamento de Francesca e Michael. O evento que todos aguardavam com ansiedade finalmente aconteceu uma semana após a chegada de Penélope em Kilmartin. Durante esse tempo, uma conversa necessária e há muito adiada finalmente ocorreu. Francesca, em um raro momento de vulnerabilidade, aproximou-se de Penélope para resolver o mal-entendido que Cressida havia semeado durante o jantar, insinuando que Penélope e Michael tinham um envolvimento além da amizade.

Penélope, sempre reservada, ouviu pacientemente enquanto Francesca expressava suas dúvidas e preocupações. A ruiva, que há muito havia deixado de ser aquela jovem insegura e submissa, manteve-se firme. Através de palavras sinceras e francas, as duas mulheres finalmente encontraram um entendimento mútuo.

O casamento, realizado com toda a pompa e circunstância que a ocasião pedia, foi uma celebração da união não apenas de duas pessoas, mas também de famílias, amigos e antigos desafetos que, de certa forma, encontraram uma trégua temporária na alegria do momento. Para Penélope, contudo, havia um peso silencioso, uma inquietação que se escondia sob seu sorriso cuidadosamente treinado. O reencontro com os Bridgertons trouxe à tona memórias e sentimentos que ela havia lutado para enterrar.

Quando a última música do baile nupcial ecoou pelo grande salão de Kilmartin, Penélope sabia que não poderia mais evitar a verdade: era hora de retornar a Londres. Não que desejasse reencontrar a alta sociedade, os sussurros maldosos ou até mesmo sua própria família. Mas havia negócios a serem resolvidos, contratos a serem assinados, e, acima de tudo, um desejo crescente de enfrentar o que deixara para trás. Sem fanfarras, sem despedidas emocionadas, Penélope partiu para Londres antes dos Bridgertons, mais uma vez buscando proteger seu coração das emoções que a família despertava nela.

Colin, por sua vez, permaneceu em Kilmartin junto com sua família, perdido em pensamentos que não ousava partilhar com ninguém. O jantar ainda o assombrava, as palavras de Penélope ecoando em sua mente. Havia algo nela que ele não conseguia decifrar, uma força silenciosa que o intrigava e o afastava ao mesmo tempo. No casamento, ele a viu apenas de longe, seus olhos se cruzando brevemente, mas nada foi dito. O vazio entre eles parecia se alargar a cada momento, e, confuso sobre seus próprios sentimentos, Colin não conseguiu se aproximar.

Colin caminhava pelo jardim com passos lentos, sentindo o frescor da manhã antes de voltarem para Londres. Ele precisava de um momento de tranquilidade, algo que parecia impossível de alcançar nos últimos dias. O inesperado retorno de Penélope o deixara com mais perguntas do que respostas. Seus pensamentos estavam embaralhados, como se uma tempestade se formasse em sua mente, e ele não conseguia encontrar a clareza que tanto desejava. Era, portanto, um alívio encontrar Eloise sentada em um dos bancos do jardim. No entanto, ao se aproximar, ele percebeu algo que lhe causou uma pontada de preocupação. Sua irmã estava chorando.

Com um suspiro, ele se aproximou e sentou-se ao lado dela, sentindo o peso das lágrimas que escorriam pelo rosto de Eloise, agora rapidamente enxugadas na tentativa de esconder sua vulnerabilidade.

— Irmã… — Colin começou, a voz suave e preocupada.

— Colin! — Eloise exclamou em um sobressalto, tentando disfarçar a tristeza que ainda marcava seu rosto. Ela virou-se abruptamente, secando as lágrimas com a manga do vestido.

— Eloise, o que está acontecendo? — Colin perguntou com uma gentileza que era incomum nele. — Sei que o retorno de Penélope foi repentino e nos pegou de surpresa. Acredite, a aparição dela me causou coisas que eu nem consigo começar a explicar. Mas achei que você ficaria feliz... Não esperava que estivesse tão triste.

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⏰ Última atualização: Aug 11 ⏰

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