Capítulo 5

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⠀⠀Louis abriu os olhos e olhou para a escuridão, sem saber o que o havia acordado.

⠀⠀Ali. Um fungar, abafado, mas audível.

⠀⠀Louis fechou os olhos e tentou ignorar. Não era da sua conta. Não era seu trabalho confortar o cara.

⠀⠀Outro soluço.

⠀⠀"Cale a boca", disse Louis com um suspiro.

⠀⠀Silêncio.

⠀⠀"Vá se foder", disse Harry finalmente, mas sua voz soou muito grossa para ser convincente. Pequeno. Ele parecia pequeno.

⠀⠀Louis abriu os olhos novamente, reprimindo a vontade de xingar. Ele não estava com vontade de lidar com isso. Ele só queria dormir. Queria que Harry continuasse agindo como o merdinha intolerante que era, e não que parecesse precisar de um abraço.

⠀⠀"Por que você está chorando?" Louis disse. Sua voz não saiu tão irritada quanto ele achava que estava.

⠀⠀Houve um longo silêncio.

⠀⠀Suas pálpebras começaram a ficar mais pesadas novamente quando Harry falou.

⠀⠀"Você tem alguém sentindo sua falta em casa?"

⠀⠀Louis olhou para as estrelas acima de sua cabeça. "Tenho uma mãe e duas irmãs mais novas. Dezenas de primos irritantes, mas bem-intencionados. Amigos." Ele hesitou antes de perguntar: "Você?"

⠀⠀Harry não respondeu.

***

⠀⠀Isso se tornou um hábito.

⠀⠀De repente, Harry queria conversar. Isso nunca acontecia durante o dia, somente à noite. Ele perguntou sobre a família de Louis, sobre onde ele havia estudado, o que fazia para viver...

⠀⠀"Sério? Você não tem cara de dono de hotel".

⠀⠀A princípio, era uma rede de hotéis e não um hotel, mas Louis não o corrigiu. "Por que esse interesse repentino?"

⠀⠀"Estou entediado."

⠀⠀Louis podia se identificar com isso. Havia um limite de tempo que alguém podia passar sozinho com seus pensamentos sem enlouquecer.

⠀⠀"E quanto a você?", ele perguntou quando o silêncio se estendeu. "O que você faz para viver?"

⠀⠀"Sou o CEO da Rutledge Enterprises."

⠀⠀Louis murmurou, um pouco surpreso. Ele achava que o cara devia ser um bebê de fundo de garantia – mas, por outro lado, ele poderia muito bem ser. "Empresa familiar?"

⠀⠀Harry bufou. "Pertencia ao pai de Taylor, mas o velho bastardo ainda estava preso no século XIX e deixou a maior parte da empresa para o filho. Um idiota misógino. Taylor ficou com apenas dez por cento das ações da empresa."

⠀⠀Havia muita amargura na voz de Harry, mas, para a surpresa e o alívio de Louis, ele não soava mais infeliz toda vez que sua esposa era mencionada. Talvez ele estivesse finalmente superando a mágoa. Ainda bem. Um Harry deprimido era insuportável. Mais insuportável do que ele normalmente era.

⠀⠀"Assunto chato?" disse Louis.

⠀⠀Harry riu. "Eu trabalhei para essa empresa desde os vinte anos, mas aparentemente deixar a empresa para um filho que não sabe nada sobre o negócio fez mais sentido do que deixá-la para alguém que realmente sabe como gerenciá-la."

⠀⠀"Você não é o CEO?"

⠀⠀"Sim, mas ainda respondo a Derek Rutledge. Não é a mesma coisa."

between hatred and desire - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora