Capítulo 17

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⠀⠀Louis passou a tarde revisando suas contas com o gerente do hotel — e sem pensar em Harry.

⠀⠀Ele realmente não era da conta de Louis. Um cara "heterossexual" reprimido que estava mergulhado em uma negação tão profunda que não conseguia nem admitir que desejava Louis deveria ser evitado como uma praga. Nada sairia disso. Eles não eram nada um para o outro. Ele não tinha nada que se preocupar com a possibilidade de Harry ter tido um ataque de pânico em algum lugar ou estar com frio depois de andar na chuva por horas, ou chateado e precisando de consolo–

⠀⠀É, bom trabalho não pensar nele.

⠀⠀Louis estava com um humor de merda quando voltou para seu quarto naquela noite. Tomou uma longa ducha e se masturbou sem pensar em nada ou em ninguém em particular, mas isso não ajudou. Ele ainda se sentia agitado.

⠀⠀A batida na porta o surpreendeu, ao mesmo tempo que não.

⠀⠀Vestido apenas com suas boxers, Louis foi abrir a porta.

⠀⠀Harry estava do outro lado. Ele estava mordendo o lábio inferior, com os ombros tão tensos que Louis podia sentir a tensão neles com sua própria pele.

⠀⠀Ele nem sequer piscou ao ver Louis quase nu – mas, novamente, ele estava acostumado a isso.

⠀⠀Eles apenas se encararam por um momento.

⠀⠀Louis provavelmente deveria ter dito alguma coisa. Deveria ter dito a Harry para ir se foder. Deveria pelo menos ter perguntado a Harry o que diabos ele achava que estava fazendo.

⠀⠀Ele não fez nenhuma dessas coisas.

⠀⠀Deu um passo para o lado, permitindo que Harry entrasse na sala.

⠀⠀Harry entrou.

⠀⠀Louis fechou a porta, trancou-a e foi até a cama. Ele se deitou de costas e fechou os olhos. Harry apagou as luzes. Ouviu-se o som de roupas sendo retiradas e, em seguida, o colchão se abaixou.

⠀⠀Um corpo quente e familiar se enroscou em cima dele, pele contra pele. Harry pressionou o rosto entre os peitorais de Louis e respirou fundo, estremecendo. "Me segure", ele sussurrou.

⠀⠀Louis abriu os olhos e olhou para o teto escuro. Depois, ergueu os braços e os envolveu em Harry.

⠀⠀Um pequeno som saiu da boca de Harry. Um gemido. "Mais apertado."

⠀⠀Louis apertou seus braços, seus corpos se pressionando um contra o outro, pele com pele, tão apertados que não havia um fio de cabelo entre eles. Era um êxtase. Era uma tortura. Era tudo o que ele havia sentido falta e desejado nas últimas semanas. Mais do que o sexo – a proximidade. A exatidão. A intimidade extraordinária de segurar essa pessoa em seus braços e sentir-se em paz consigo mesmo e com o mundo. Como duas peças de um quebra-cabeça. Duas peças de um quebra-cabeça que nunca deveriam ter se encaixado e, no entanto, de alguma forma, aprenderam a fazê-lo, e agora não conseguiam desaprender.

⠀⠀"Eu odeio isso", disse Harry, com a voz vacilante.

⠀⠀"Eu sei", disse Louis. "Eu também."

⠀⠀Ele estava falando sério. Ele odiava como isso parecia certo, segurar essa bagunça de ser humano, esse cara que era um desastre total, que era intolerante e muito reprimido, mas ao mesmo tempo vulnerável, solitário e faminto por afeto e aprovação.

⠀⠀"É como uma doença", disse Harry em seu peito, quase inaudível. "Algo vazio e errado dentro de mim. Eu me sinto como um rio sem água. O mundo parece tão estranho sem você, e você é a única coisa que me faz sentir completo."

between hatred and desire - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora