Capítulo 6

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⠀⠀Começou a chover na manhã seguinte, como esperado.

⠀⠀Eles se esconderam em seu abrigo, com a fogueira estalando alegremente no canto enquanto comiam sua escassa refeição. O som da chuva batendo contra o chão, espirrando nas poças e no oceano, impregnava o ar.

⠀⠀Seria quase aconchegante se Harry não estivesse tão consciente do corpo de Louis ao seu lado.

⠀⠀O abrigo era pequeno. Era grande o suficiente para que pudessem se sentar confortavelmente, e a área de jantar com a lareira improvisada ocupava boa parte dele, deixando muito pouco espaço para que pudessem dormir. Eles tentaram aumentar o abrigo, mas a estrutura ficou desequilibrada, de modo que tiveram de se contentar com um recinto que mal dava para dois homens adultos. Como resultado, eles tiveram que colocar suas camas lado a lado, sem quase nenhum espaço entre elas.

⠀⠀Depois de apagar o fogo, Harry se deitou de lado, na borda do cobertor, o mais longe possível de Louis, o que não era muito longe. Acima deles, a chuva martelava no telhado, fazendo com que o espaço parecesse mais íntimo e fechado, como se eles estivessem sendo segurados juntos por uma mão quente e cuidadosa.

⠀⠀Que droga. Ele esperava que não chovesse por dias novamente.

⠀⠀Ele podia sentir Louis atrás dele.

⠀⠀Harry sempre achou ridículo quando as pessoas diziam que podiam sentir a presença de alguém sem olhar, mas agora ele sabia que não era exagero. Ele podia – podia sentir isso com sua própria pele. Louis sempre parecia estar quente, seu corpo grande parecia uma maldita fornalha. Isso era irritante. Era incômodo. O calor já era insuportável. Harry nunca se acostumaria com o microclima da ilha: era quente demais, apesar de chover metade do tempo, a umidade preservava o calor e tornava difícil respirar às vezes.

⠀⠀Como eles geralmente evitavam estragar suas roupas limitadas com o suor, ambos estavam usando apenas um par de shorts e Harry nunca tinha ficado tão consciente disso. Ele estava acostumado com Louis andando seminu, mas isso era diferente.

⠀⠀Ele estava em um espaço minúsculo com um homem gay, e ambos estavam quase nus.

⠀⠀O estômago de Harry se contraiu. Ele tinha visto o contorno do pênis duro de Louis ontem. Louis parecia estar sempre duro ultimamente. Harry tinha feito o possível para fingir que não tinha notado nada, mas tinha. Claro que tinha notado, porra. Ele tinha olhos funcionais, e não havia nada para olhar nessa ilha além de Louis.

⠀⠀Ele estava em um abrigo muito pequeno com um homem gay seminu e excitado.

⠀⠀E se... E se Louis finalmente fosse molestá-lo? Será que ele faria isso enquanto Harry dormia?

⠀⠀Harry engoliu ao imaginar Louis pressionando seu corpo contra o dele e apalpando seu corpo enquanto dormia. Molestando-o. Apalpando o pênis de Harry. Acariciando seus mamilos. Apalpando sua bunda. Empurrando seu pau duro contra a bunda de Harry sem que ele percebesse. O pervertido provavelmente puxaria o short de André para baixo e esfregaria seu pênis duro entre as bochechas dele, grunhindo como um animal e sentindo prazer enquanto André dormia tranquilamente, sem saber que estava sendo violado.

⠀⠀Ele acordaria? Ou continuaria dormindo? Talvez, se Louis fosse realmente cuidadoso, Harry não descobriria nada até a manhã seguinte, quando encontraria o esperma seco em sua bunda. Ou talvez ele acordasse, mas Louis não pararia, forçando-o a ficar quieto enquanto enfiava seu pau entre as coxas de Harry. Louis era maior e mais forte do que ele. Harry não seria capaz de detê-lo. Louis podia fazer o que quisesse com ele. Louis poderia fazer o que quisesse com ele, e Harry não poderia fazer nada a respeito. Louis poderia forçá-lo a chupar seu pau, o que seria nojento, mas Harry teria de fazê-lo; não teria escolha.

between hatred and desire - l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora