Amor Entre Dragões - House Of The Dragon (Lucemond e Lucegon)

Capítulo 9

Lucerys Velaryon

  Passar um tempo ao lado de meus tios em um clima agradável, foi algo incrível, lembro-me que quando mais novo eu perguntei uma vez a meu irmão mais velho a razão pela qual nossos tios não gostavam de nós, não me recordo muito bem do que ele me respondeu, mas hoje percebo que não necessito saber a resposta para isso, pois os homens que hoje vejo em minha frente não demonstram nenhuma hostilidade para comigo. O tempo que ando vivendo em meio a parte de minha família faz-me pensar que não precisamos mais esperar por um futuro sombrio, penso que podemos viver bem uns com os outros, se deixarmos mais nosso orgulho de lado.

[...]

   Por mais que eu sinta que tudo esta bem, minha mente tende a não me dar paz, já fazem dois dias desde o passeio com meus tios e desde então voltei a ser atormentado com sonhos desagradáveis, novamente me vejo fugindo montado em Arrax, o rugido estrondoso de um dragão logo atrás que julgo ser de Vaghar. Meus sonhos sempre terminam de dois modos, em chamas ou em escuridão e eu sinceramente já desisti de tentar compreender algo, sinto que quanto mais me atormento tentando entender, mas próximo da loucura eu fico. 

   Nesses dois dias que passaram eu apenas vi meus tios de relance, andam ocupados com assuntos da corte e eu com meu treinamento que não me serve de nada, parece que permanecer aqui não me fará evoluir e isso é frustrante. Para finalizar minha tarde de um modo agradável fui ao encontro dos aposentos de minha tia, sua calmaria aliviava meu coração e eu amava ver seus filhos, as crianças eram fofas e engraçadas e eu conseguia ver que seriam jovens tão lindos quanto os pais.

– Com licença tia.

– Ah Lucerys, venha o chá acabou de chegar.

   Ela sempre me recebia com um belo sorriso nos lábios, mesmo que Aegon esteja a tratando melhor agora não consigo evitar em pensar com as coisas teriam sido diferentes se ela tivesse se casado com Jace, ela teria sido mais feliz vivendo ao nosso lado? Sei que a trataríamos bem e meu irmão seria um bom marido, coisa que meu tio não foi e nem sei se está sendo, deve ter sido horrível para ambos serem forçados a esse casamento por um capricho de Alicent.

– O que tanto está pensando Luce?

– Hm? Em nada minha tia, estava apenas em devaneios desnecessários.

– Compreendo, tenho muito disso... Enfim, deve estar cansado.

– Estou, também sinto falta de meus irmãos e minha mãe.

– Entendo, deve estar sendo difícil para eles a distancia também.

   Nossas conversas sempre rendiam assunto para horas, ela sempre era divertida, até mesmo quando estava falando de insetos, mas eu normalmente conseguia perceber a mudança que tinha no brilho de seu olhar quando sua mente entrava em devaneio, e palavras estranhas e confusas iriam sair de sua boca.

– O futuro feliz está na busca do passado.

– O que?

– A escuridão e o fogo estão próximos.

   Novamente palavras proféticas que faziam meu corpo estremecer, e lá estava ela novamente como se nada tivesse acontecido, dei um sorriso simples a mesma e me levantei dando um beijo em sua cabeça me despedindo, diferente de como ela é com todos ela não recua quando eu me aproximo e isso demonstra que de algum modo ela confia em mim.

[...]

   Com o por do sol próximo eu decidi andar pelo jardim aproveitando a boa brisa gélida que dominava naquele horário, para minha surpresa uma figura chamou-me à atenção, abaixo da arvore antiga deitado sobre sua sombra com uma postura elegante e perigosa estava Aemond. Me aproximei calmamente abaixando diante dele observando seu rosto, cada traço bem desenhado, ele era um homem bonito, dono de uma beleza perigosa, seu olho abriu calmamente me encarando de forma profunda como se pudesse ver até minha alma.