eu já me vi várias vezes
me deixando hipnotizar por você
sem sequer notar
é como se você possuísse um imã
um imã muito cruel
que me leva até suas bochechas rosadas
ao seu cabelo que sempre cai perfeitamente
sem que você ao menos tente
a sua risada engraçada
que arranca uma minha
quando sou eu quem a causa
aos seus olhos
que parecem enxergar por detrás da minha roupa
ao jeito que você franze o nariz
quando nossos olhares se trombam
os segundos em que isso acontece
também passam em câmera lenta pra ti?
eles te paralisam
da mesma forma que me eletrizam?
você percebe?
os meus olhos indo direto para a sua boca
sem que eu consiga impedir?
meus olhos cinematográficos
são tão crueis quanto o teu imã
porque eles me fazem imaginar cenários
enquanto te observo
consigo te imaginar dançando comigo
girando
graciosa, como sempre
teu perfume doce se alastrando no ar
tu me devolvendo o olhar
e me deixando aproximar
mas eu mesma sempre interrompo meus devaneios
na parte em que estamos prestes a nos beijar
porque o fio de bom-senso que me resta
me faz lembrar
de que eu não tenho mais de 1,70 de altura
de que ao invés de um peitoral peludo
e falta de cabelos na nuca
eu tenho peito e cintura
de que você me chama de amiga
de que eu sou uma garota
e de que não é uma garota que você quer
ainda mais se essa garota for eu
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O avesso por de trás do cabelo
Poetry"O avesso por de trás do cabelo" é uma viagem pelas sensações que abrigam o peito e a mente de uma adolescente lésbica. Desde dores, angústias e medos até amores e desejos. Um diário, um caderno, um depósito de sentimentos. Para todos aqueles que...
