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Capítulo 9

Gulf passou o resto da tarde trancado em seu quarto, com a desculpa de revisar as aulas do dia. Nada poderia estar mais distante da verdade. A verdade é que ele estava deitado na cama com os olhos fixos no teto, numa vã tentativa, de que este lhe desse as respostas necessárias para se compreender. Como se isso fosse acontecer!

Ele sabia que algo não estava certo, seu aborrecimento exagerado ao saber que Mew Suppasit queria levá-lo para a França, com o propósito de ir visitar um rapaz com a ideia de cortejá-lo, não estava certo. Mas ele sente e não pode evitar! Não é como se os dois estivessem em um relacionamento ou como se Mew fosse dele, para ele reagir dessa forma. Ele nem sabia se eles poderiam chamar aquele vínculo que compartilhavam, de amizade.

Mew estava realmente interessado naquele garoto ou apenas estava fazendo isso, por causa da pressão social de já ter mais de trinta anos e não ser casado ou constituir família? Ele não sabia exatamente, no tempo em que morava em sua casa, a coisa mais "íntima" que sabia daquele homem, eram as histórias engraçadas que ele contava, antes de ir para a cama. A partir de então, desconhecia completamente a vida romântica de Mew.

Por outro lado, ele não podia esquecer que Mew era um homem e evidentemente precisaria ter contato físico com... bem, com outra pessoa. Desde que chegou àquela mansão, não tinha visto o mais velho sair com ninguém, nem percebeu que saía à noite para ter prazer com estranhos, como muitos homens da alta sociedade costumavam fazer.

Muito menos se ele tivesse ouvido ou testemunhado Mew dando prazer a si mesmo. De repente, ele balançou a cabeça com tais pensamentos. Ele não se sentiu inibido, mas ficou surpreso por poder "pensar" sobre temas sexuais, quando sua primeira experiência não foi inteiramente agradável. Mas ele tinha que admitir que com a ajuda de Mew, aos poucos, ele conseguia dormir sem se lembrar daquela noite trágica. Ele ainda se sentia muito vulnerável e traído, mas o mais velho tinha sido seu apoio e a âncora que o mantinha são.

Sem Mew ao seu lado, ele não sabia o que seria dele naquele momento. Ele chegou a pensar, que o que havia acontecido com ele e William, era o carma que ele estava assumindo, por ter rejeitado o homem mais velho, mas ele lhe disse que aquela experiência traumática não era culpa dele, e que a única pessoa responsável era e sempre seria William.

De uma forma ou de outra, as palavras de Mew acariciaram ternamente seu coração. Ele teve que admitir que naquele dia em que se conheceram, ele estava chateado e por isso não se deu a oportunidade de o tratar bem, mas o homem mais velho, deixou-se levar pelo seu orgulho e pelo seu direito à liberdade de escolher com quem compartilhar sua vida, e a decisão claramente não tinha sido a melhor.

Mew não era apenas bonito. Ele era o homem mais incrivelmente maravilhoso, gentil, atencioso e respeitoso que já existiu na face da terra. Mew Suppasit era um cavalheiro, Mew Suppasit era perfeito. E ele... Deus, ele sentiu como se um balde de água fria fosse derramado sobre ele, quando aquele homem magnífico e impecável lhe disse que iria encontrar outra pessoa, porque ele o havia rejeitado.

Frustrado, Gulf pegou um travesseiro e cobriu o rosto. Ok, era hora de admitir que... ele estava com ciúmes. Não fazia muito sentido, mas fazia. Ele e Mew não eram nada, mas para Gulf, Mew era tudo. Estaria ele confundindo a gratidão que sentia por ele com outra coisa? Melhor ainda, desde quando ele começou a se sentir confuso, sobre como se sentia em relação ao mais velho? E ele estava realmente com ciúmes? Bem, essa pergunta tinha uma resposta, e foi um sonoro sim.

- Jovem Gulf, o jantar está pronto – Eleanor avisou atrás da porta.

- Já desço - anunciou o jovem, levantando-se - O Sr. Evans ficou para jantar? – ele perguntou antes da mulher sair.

Amor ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora