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Capítulo 8

Havia uma certa tensão na atmosfera, quando Mew deixou seu querido amigo Liam e seu amado Gulf sozinhos em seu escritório. No entanto, ele estava confiante de que os dois poderiam superar suas diferenças e alcançar o objetivo final, de ter o menor ajudando Mew em suas viagens, como seu assistente pessoal.

- Mew me disse que você sabe ler e escrever - Liam comentou, assim que seu amigo fechou a porta do escritório, atrás de si.

- São atividades que não pratico há muito tempo - confessou o mais novo - a minha mãe preferia que eu tocasse piano e violino - indicou timidamente.

- Ela queria que você fosse um artista? – perguntou o mais velho.

- Algo assim, meu avô era músico e viajava muito, acho que minha mãe queria essa vida para mim - respondeu Gulf, mostrando que sentia saudades de falar sobre sua família. É claro que ele sentia falta deles e se perguntava por que sua mãe não havia tentado contatá-lo.

- E o que você quer da vida Gulf? Quais são seus objetivos, seus sonhos? O que você quer para o seu futuro?

- As perguntas de Liam Evans foram diretas demais para o jovem. Ninguém nunca lhe perguntou, o que ele esperava do futuro ou o que queria fazer nos próximos anos. Sua mãe o imaginava como músico, seu pai nunca soube realmente o que ele queria ser, ele nunca contou a ele. Mew sempre lhe dizia que conversariam sobre isso mais tarde, e agora, agora ele se deparava com perguntas para as quais não tinha respostas.

- Por enquanto, quero ajudar o Sr. Suppasit no que ele precisar - Gulf respondeu inseguro.

- E então, o que você fará depois, Gulf? – Liam perguntou - O que você fará quando Mew não precisar mais dos seus serviços, quando ele encontrar um marido e constituir família, o que você planeja fazer então?

Sinceramente, não tinha a menor ideia. Ele não havia pensado em tão longe no futuro, mas agora, talvez esse futuro não fosse tão distante, quanto ele imaginava. Talvez ele ajudasse Mew por um curto período de tempo, pois sabia que havia feito uma promessa de encontrar alguém, com quem compartilhar seu amor. E se ele pensasse bem, Mew já tinha idade suficiente, para continuar esperando por muito tempo, que aquele alguém entrasse em sua vida.

Mas a mera ideia de imaginar aquele dia chegando, o deixava desconfortável. E ele tinha plena certeza, de que não era medo de perder o conforto, que Mew lhe proporcionava por estar com ele, mas sim ele se sentia abatido pela sensação, de que iria perdê-lo para sempre, apesar de ter consciência de que Mew não era dele, de jeito nenhum. Ele não queria perdê-lo.

- Não... ainda não pensei nisso, acho que teria que sair daqui – respondeu ele em dúvida.

- Você assume certo - afirmou Liam com satisfação - Fico feliz em saber que você está ciente disso, mas você deve estar grato porque, diante desse cenário futuro, Mew quer que você aprenda a cuidar de si mesmo e seja capaz de ter um emprego, que possa lhe dar a vida com o que você está acostumado.

- O que quer dizer com isso, Sr. Evans? – perguntou o menor confuso. - Quanto mais conhecimentos e habilidades você tiver, melhores serão as oportunidades no mundo do trabalho - explicou o mais velho - os números são tudo nesta sociedade, você pode ser contador ou responsável por um negócio, e se também dominar outros idiomas ​além da seu, essas oportunidades se multiplicam.

- Eu entendo – disse Gulf enquanto balançava a cabeça.

No entanto, ele tinha sentimentos confusos. Ou seja, por um lado sentiu-se entusiasmado porque iria aprender coisas, que só os grandes empresários sabiam, por outro lado, o fato de adquirir esse conhecimento deveu-se, em grande parte, ao fato de que mais cedo ou mais tarde ele teria que se despedir de Mew, e ele sinceramente não queria.

Amor ForçadoOnde histórias criam vida. Descubra agora