Spinning Time

Revolve

Acordar nos braços de Voldemort tinha sido estranho . Ela achava que ele também se sentia assim, se a surpresa sonolenta em seu rosto fosse alguma indicação.

Tomar chá da manhã juntos era igualmente estranho. Depois de uma breve briga sobre as seções do Profeta, ela estava triunfante, agarrando-se às notícias difíceis enquanto ele acabava franzindo a testa sobre a seção de cultura e esportes. No mínimo, ele não era uma pessoa matinal e ficava quieto. Isso era... bom. Hermione não achava que conseguiria lidar com um Voldemort alegre e sarcástico na mesa do café da manhã. Pelo menos não sem recorrer às Imperdoáveis.

O leite azedou na ausência dela, mas ainda havia um pouco de manteiga, torrada e chá, embora ela estivesse ficando perigosamente sem marmelada. Ela teria que fazer compras mais tarde. Hermione mastigava firmemente sua torrada, fingindo que não olhava para ele de vez em quando por baixo dos cílios. Ele ocupava muito espaço na pequena cozinha que alguém havia instalado em seu apartamento durante os anos cinquenta, e agora, o edifício medieval do Beco Diagonal estava quase explodindo pelas costuras com salas e expansões Transfiguradas, quase desafiando as leis da magia.

Bem, Hermione gostava bastante da cozinha dela, pelo menos o suficiente para não transfigurá-la em algo mais moderno. Os armários antigos eram pintados de um azul e amarelo alegres, os ladrilhos xadrez no chão estavam gastos o suficiente para dar a ela uma sensação de história, e havia uma pequena mesa de cozinha de madeira, a tinta azul combinando com os armários.

Era, no entanto, uma cozinha mais adequada para uma pessoa, e as pernas longas de Voldemort roçavam nas suas de vez em quando, fazendo-a pular na cadeira. Ela não tinha certeza de como se sentia sobre a noite passada. Ele estava certo, ela precisava aterrar sua mente e corpo para esta nova realidade, e certamente, o sexo a forçou a não pensar em nada . Ela tinha idade suficiente para saber que dormir com a mente em branco era um presente, em vez de se revirar, torturando-se com fracassos e possibilidades, ficando acordada até altas horas da manhã. Era apenas uma piada horrível do destino que o homem que podia lhe dar tanto prazer na cama, tocando sua perversão de poder com tanta facilidade, não fosse outro senão Lord Voldemort.

Distraidamente, estendendo a mão para pegar a última torrada, sua fome de gravidez ainda se fazia sentir depois de devorar cinco fatias, ela descobriu que ela havia sumido.

Franzindo o cenho, ela murmurou: "Você come muito."

Voldemort olhou para seu torso - aquele corpo duro e delicioso agora escondido sob sua camisa preta... não, pare, Hermione, não ouse pensar nele desse jeito, ela disse a si mesma severamente - e deu de ombros. "Eu sou alto, preciso de mais comida." Com um pequeno sorriso, ele olhou para ela, antes de dizer: "Minha esposa não preparou o jantar para mim ontem à noite, então..."

"Ah, vamos lá", ela zombou, "em que linha do tempo alternativa você achou que eu seria sua linda dona de casa, fazendo todas as tarefas e cozinhando seu jantar?"

"Não, eu não tinha tais expectativas", ele disse, seu rosto repentinamente inexpressivo, antes de fingir um olhar exagerado de cachorrinho: "Ninguém nunca fez nada por mim, eu tive que fazer tudo sozinho."

Embora soubesse que era uma encenação, um ato de fingimento gritante e flagrante, ela não conseguia evitar sentir uma pontada no coração - seu coração sangrando, que de alguma forma, inexplicavelmente, se alargou em um buraco de uma milha de largura dentro dela nos últimos meses. Ela suspeitava que os hormônios da gravidez a tinham deixado mais sentimental, mais... emocional.

Preparando-se, não o deixando ver o repentino momento de fraqueza, quando ela sentiu pena de Lord Voldemort - embora ela não achasse por um minuto que ele realmente se importasse com o que havia dito, provavelmente ainda era verdade, porque ela sabia que ele havia sido forçado à autossuficiência desde cedo - ela brincou: "Que pena."