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Eu acabei de chegar na escola e fui direto pra aula de geografia, Aryan. Sim, um dos "famosinhos" da escola é minha dupla muitos ficariam felizes, eu quero chorar.
Minhas amigas juram de pé junto que vamos acabar "juntos". Eu simplesmente não entendo, somos praticamente inimigos, ele me irrita, eu irrito ele. E assim vai.
[...]
—Bom dia
Aryan se senta ao meu lado, abrindo um sorriso que poderia iluminar uma sala inteira. Eu não entendo como ele consegue ser tão... tão feliz a essa hora da manhã. Me recuso a ser arrastada para essa onda de positividade logo cedo.
— Bom dia — ele repete, agora mais próximo, inclinando-se ligeiramente para me olhar.
— São 7 da manhã, Aryan — resmungo, ajeitando os livros sobre a mesa, tentando ignorar o calor no meu rosto só por ele estar tão perto.
Ele ri baixo, um som suave e irritantemente agradável.
— Não sei por que você é tão mal-humorada de manhã. Aposto que acordou pensando em mim.
Reviro os olhos, mas não consigo evitar um sorriso discreto.
— Claro, só penso em você, Aryan — respondo, sarcástica. Ele parece não se abalar com meu tom.
— Sabia! — ele ri de novo, como se estivesse ganhando algum jogo invisível.
A aula de geografia começa, e como de costume, o professor faz sua introdução chatissima antes de nos deixar com um exercício para resolvermos em dupla. Aryan se recosta na cadeira, abrindo seu caderno sem pressa, e eu tento me concentrar no mapa à nossa frente, ignorando o jeito como ele continua a me observar.
— Vi seu storie ontem à noite — ele diz de repente, interrompendo meu foco.
Paro por um momento, sem olhá-lo.
— E...?
— Achei que estava linda na foto. — Sua voz é suave, mas tem uma certa firmeza que me faz virar para ele.
— O que você disse? — pergunto, tentando não parecer surpresa, mas falhando miseravelmente.
Ele sustenta meu olhar, um sorriso brincando nos lábios, mas percebo que suas mãos estão tensas sobre a mesa.
— Eu disse que você estava linda, S/n. Não é a primeira vez que vejo isso, mas, no storie de ontem... algo diferente. Não sei explicar.
Meu coração dá um salto inesperado, e antes que eu possa processar o que está acontecendo, percebo que ele está nervoso. Ele, Aryan, o "famosinho" da escola, está nervoso falando comigo. Um pequeno poder começa a se formar dentro de mim, e por um segundo, eu simplesmente o encaro, aproveitando o momento.
Ele começa a suar levemente, sua confiança usual aparece ser abalada, enquanto eu mantenho o olhar firme nele. Isso não deveria me fazer sentir bem, mas... de alguma forma, faz. Percebo o efeito que tenho sobre ele, e por mais que não queira admitir, há algo muito bom nisso.
Finalmente, solto um pequeno suspiro e desviro o olhar, voltando para o mapa.
— Obrigada, Aryan — digo, minha voz um pouco mais suave, mas sem entregar muito.
A aula continua, mas posso sentir os olhares dele sobre mim o tempo todo.
Quando o sinal toca, significando o fim da aula, Aryan se levanta, parecendo um pouco mais calmo. Ele olha para mim mais uma vez antes de sair, e há algo em seu olhar que me faz sentir um frio na espinha.
