Anos após uma violenta rebelião que derrubou a antiga Casa Zephyrion, Monarca de Utopia, Vaella vive uma vida tranquila, longe das intrigas políticas e das batalhas. No entanto, seus dias pacíficos são abruptamente interrompidos quando eventos inesp...
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Os aposentos da rainha fervilhavam de tensão. Criadas e parteiras se apressavam de um lado para o outro, suas mãos hábeis e rostos marcados pela preocupação. A Rainha Zarina, deitada na grande cama de dossel, apertava os lençóis de linho com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos. Seus longos cabelos prateados, soltos sobre os travesseiros, estavam úmidos de suor. Seus olhos, normalmente brilhantes e serenos, estavam agora semicerrados pela dor. A cada nova contração, ela soltava um gemido abafado, seu corpo inteiro tremendo com o esforço.
"Empurre, Majestade! Mais uma vez, só mais uma vez!" encorajou a parteira principal, uma mulher de meia-idade com olhos experientes e voz firme. "O bebê está quase aqui."
Zarina respirou fundo, suas mãos agarrando com força os braços da cadeira que estava ao lado da cama. "Eu... eu consigo... ele está vindo," murmurou, a voz entrecortada pela dor.
Do lado de fora, o Rei Vaelor andava de um lado para o outro no corredor estreito, o som de suas botas ecoando pelas paredes de pedra. Ele estava com a barba por fazer, os olhos fundos e vermelhos, refletindo noites sem dormir. Seu rosto, normalmente inabalável, estava tenso e sombrio, as marcas de uma batalha interna.
"Majestade, deveria descansar um pouco," sugeriu o escudeiro fiel, um jovem de cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, que seguia Vaelor a cada passo.
"Descansar?" Vaelor rosnou, parando de súbito. Seus olhos, queimando com uma fúria contida, se fixaram no jovem. "Como posso descansar enquanto meu irmão jaz morto, sua família massacrada? E minha esposa... minha esposa está em agonia para dar à luz enquanto o traidor Addam Soren ousa profanar nosso lar!"
O escudeiro engoliu em seco, sentindo o peso da dor de seu rei. "Eu sinto muito, Majestade... todos nós lamentamos pela morte do Príncipe Aelar. Mas a rainha precisa de você agora... e seu filho também. O que quer que Addam tenha feito, a prioridade deve ser proteger sua família."
Vaelor soltou um suspiro pesado, passando as mãos pelos cabelos desgrenhados. Ele sabia que o escudeiro tinha razão, mas a ideia de seu irmão, Aelar, morto, o corroía por dentro. Aelar sempre fora o mais diplomático, o mais pacífico. Tinha acreditado, tola e nobremente, que poderia negociar com Addam. Mas a brutalidade do traidor não conhecia limites.
"O que eu daria para trocar de lugar com ele, para lutar ao lado de Aelar naquele momento..." Vaelor murmurou, a voz embargada.
Dentro dos aposentos, o clamor da dor de Zarina atingiu um crescendo, um grito desesperado que ressoou pelo corredor. Vaelor congelou, os olhos arregalados de terror. Seu coração batia descompassado, como se estivesse correndo uma maratona.
Ele correu até a porta, prestes a abri-la, mas parou, os dedos trêmulos na maçaneta. Ele não podia atrapalhar, não agora. "Por todos os deuses," ele sussurrou, "protejam minha rainha e meu filho."
Zarina estava exausta, suada, e coberta de dor. As contrações a rasgavam por dentro, cada uma parecendo mais insuportável que a anterior. A parteira, com o rosto contorcido de preocupação, inclinou-se sobre ela, tentando encorajá-la. "Majestade, mais uma vez! Você consegue! Por favor, faça força!"