Capítulo um: Viver juntos?!

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Izuku Midoriya

É cedo quando acordo com barulho de panelas e tampas caindo no andar debaixo, na cozinha.

De primeira respiro fundo, imaginando que seja Shoto, Uraraka ou Kaminari, um dos três que tenham decidido invadir a minha casa uma hora dessas. O que pode parecer estranho para uns, mas para mim é uma coisa tão normal já que nem me incomodo.

Mas em seguida, decido levantar logo e ir ver o que estão aprontando e qual dos três é. Ajeito a blusa que estou usando, uma blusa grande e larga, e que pega até o meio de minhas coxas, que uso para dormir confortavelmente.

Desde ontem não consegui parar de pensar no positivo do teste e da conversa desastrosa na cafeteria que tivemos e pra fechar com chave de ouro, tive aquela conversa horrível com Bakugou antes de voltar pra casa.

E como se não bastasse, quando cheguei em casa me deparei que o bairro estava sem água. Precisei dormir sem tomar um banho sequer para limpar todas as energias negativas que tive em menos de três horas de assunto e divórcio.

Eu tenho uma ciência completa de que fui eu quem pediu pelo divórcio do nosso casamento há quase três meses atrás. E eu tenho um motivo ótimo.

Estamos juntos há quase dez anos. Dez malditos anos, somos amigos de infância graças aos nossos pais. Bakugou foi um ótimo namorado e um ótimo marido. Mas só até certo ponto, caímos na mesmice e devo admitir que também tenho culpa nisso, mas, eu juro que tentei. Eu tentei muitas vezes sair da rotina, tentei fazermos algo legal e ele.. ele apenas reclamava e negava qualquer tentativa. Como se já tivesse desistido de nós. De tudo o que tínhamos.

E eu? Bom, uma pessoa não pode estar em um relacionamento sozinha. Bom, eu já não estava mais suportando. Então, para que o sentimento bom que ainda nutria por ele não virasse apenas ódio, a separação foi a melhor decisão do momento.

Mas encontrá-lo mexendo nas minhas coisas, na minha cozinha, é demais. A bagunça que Katsuki Bakugou fez é de um tamanho extremo, beirando ao ridículo.

— Eu..

Começo, mas paro porque a cena é cômica e caótica ao mesmo tempo. Tanto que não sei como me expressar ao vê-lo com um avental de cozinha, as bochechas sujas de massa de panquecas e para complementar tudo, a cozinha está um verdadeiro caos.

Acho que vou matar alguém e perder o meu réu primário.

— Bom dia, Izu!

Ele diz, sorrindo, agindo como se morasse aqui. Como se fossemos um casal novamente, como se ele não tivesse aceitado o divórcio e ido embora no mesmo dia, me largando sozinho aqui! Como se.. como se.. porra.

Esfrego as mãos nos meus olhos, respirando fundo e tentando não me irritar com o loiro diante de mim, sorrindo com o idiota que passou a ser. Consigo ver a merda de um chupão em seu pescoço, bem exposto graças a camisa social que ele usa por conta dos botões abertos.

— Eu fiz o café da manhã, como você está se sentindo?

Mordo o lábio com força, finalmente saindo do estado de transe e.. não faço ideia do outro sentimento, mas sei que não é nada bom.

— O que você pensa que está fazendo aqui? Na minha casa, Katsuki?

Pergunto finalmente, encarando o mais alto de orbes vermelhas e caninos afiados, sorriso sedutor.

— A casa ainda é minha também, Deku. Não assinamos nenhum papel ainda de divórcio. E você está esperando um filho meu, quero participar disso.

Tudo o que eu ouço é um absurdo. Um tremendo e enorme absurdo. Não faz sentido pra mim. Nada do que ele está dizendo faz sentido, nada.

Meu ex me engravidou!Onde histórias criam vida. Descubra agora