Cátia é jogadora no Benfica, pela equipa principal femenina. Adora futebol, é a vida dela. Costuma acompanhar os jogos da equipa principal das águias, vai ao estádio sempre que pode. A irmã, Alice, sportinguista ferranha, consegue dois bilhetes para...
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Eu e o João tínhamos acabado de jantar, ele passava-me a loiça e eu lavava-a, quando o meu telemóvel tocou e eu rapidamente limpei as mãos a um pano para a atender.
- Olá, Cáti!
- Olá. Olha, tu e o João estão em tua casa, certo? Tenho de falar com vocês dois ao mesmo tempo.
- Estamos. Está tudo bem?
- Está, está, só tenho de falar convosco. Posso ir aí?
- Podes, até já.
Ela desligou sem se despedir e eu estranhei. Logo contei ao João a estranha chamada da Cátia e ele teve a mesma opinião que eu. Que ela estava a esconder algo.
Ficámos a discutir o que raio se poderia passar até a minha melhor amiga tocar à campainha.
- Então?
Ela entrou abrutamente e sentou-se no sofá. Eu e o Neves ficámos de pé, a olhar para ela, sem saber muito bem o que havíamos de fazer.
- O que tens a dizer?
- Lembram-se de termos ido almoçar no outro dia? Com a minha irmã, a Carol, a Diana e os rapazes.
Ambos assentimos.
- Bem, no fim, quando estávamos para vir embora o Quaresma convidou-me para ir jantar, acho que sair... e eu não sei o que faça.
- E o que nós temos haver com isso?
- Oh, João! Está calado. Como é que não sabes o que fazer?
Ela baixou o olhar e eu percebi. Pois claro por mais que o estúpido esteja do outro lado do planeta, a porcaria que ele fez continua aqui.
- Cátia, mas explica lá isso melhor.
- O Quaresma convidou-me para sair, pelo menos acho que é isso. Só que não sei se vá ou não.
- Hm. Mas porquê a indecisão? Ou vais ou não. Pode ser uma saída de amigos, nada mais.
O facto de o João não ter percebido que a Cátia não tomava uma decisão por causa do trauma que o ex-namorado lhe deixara, estava a irritar-me severamente.
- Eu não sei...
Ela passou as duas mãos na cara e eu fiz sinal para ele parar com aquela conversa. Depois, sussurei ao ouvido dele o nome do Diogo. Consegui perceber que ele trincou a língua ao entender.
- Cátia, olha para nós. Ouve.
Ela olhou-me nos olhos.
- Sentes alguma coisa pelo Eduardo?
Esta era talvez uma das perguntas que mais lhe custaria a responder, mas se ninguém a obrigar, eu sei que ela nunca vai perceber os próprios sentimentos.
