Capítulo 12

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- Mana, acorda!

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- Mana, acorda!

Estava a chamá-la há dez minutos, mas nem ameaçando que ela ía chegar atrasada ao treino ela se levantava.

- Cátia, anda!

Ela mantinha-se no seu quarto.

Poisei o prato das tostas que estava a fazer e dirigi-me ao quarto da minha irmã.

- Cátia! Anda comer!

Calei-me assim que a vi. Estava com os olhos marejados, sentada na almofada, abraçada aos lençóis da cama.

Ela tem estado estranho nos últimos dias. Distante, mais fria, menos brincalhona. O sorriso que eu tanto adoro nela raramente apareceu nos últimos dias. Tentava perceber o que se passava, mas não compreendia. Tentava que ela falasse por ela, que a Kika ou a Diana me contassem o que se passava. Nada funcionava.

- Cáti, o que se passa, mana?

Ela não precisou de palavras para explicar o que acontecera. Ela não estava abraçada aos lençóis, estes estavam apenas por cima do verdadeiro conteúdo. Uma camisola. Uma camisola verde e branca. A camisola do Quaresma.

Sentei-me na cama ao lado dela e puxei-a contra mim.

- O que se passou entre vocês dois? - questionei.

- Já ouviste aquele ditado que diz que só quando não temos uma coisa é que percebemos que ela é importante? Estou a sofrer isso na pele.

Passou-se definitivamente alguma coisa má.

- Discutiram?

- Não, não propriamente. Eu não contei, mas na sexta, fomos almoçar. Uma saída, coisa do género.

As lágrimas caiam-lhe pela face e ela mantinha sempre uma das mãos na camisola.

- Ele... ele começou com um discurso a dizer que gostava de mim e... fiquei com medo. Lembrei-me daquelas coisas todos do Diogo. Fiquei assustada e só há uma coisa que eu consigo fazer quando estou assim.

- Fugir - disse num sussuro.

Ela assentiu com a cabeça e mais lágrimas escorreram-lhe pelas bochechas.

- Anda cá.

Abracei-a com força.

Estivemos uns segundos naquele abraço reconfortante. Quando nos afastámos, ela levantou-se da cama e começou a tirar o equipamento de treino do armário. Eu encostei-me à ombreira da porta para ter a certeza que ela se preparava.

- Alice?

- Sim?

- Vais à academia hoje?

- Vou.

- Depois dizes-me como está o Quaresma?

Limpei-lhe a lágrima que lhe caía.

- Eu falo com ele.

Just Mine - Eduardo QuaresmaOnde histórias criam vida. Descubra agora