Onde Allyson Jones é uma jogadora de Vôlei que é convocada para participar das Olimpíadas de Paris, mas durante sua estadia na cidade ela acaba se aproximando mais do que deveria de sua melhor amiga Rebeca Andrade.
| Rebeca Andrade x Fem!OC
| Short...
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Paris, France. July 23th; 08h15 AM. —
Allyson Jones Point of View
🏐
ALLYSON JONES RESPIROU fundo enquanto se preparava para mais um treino. O ar estava pesado com as expectativas e tensões das Olimpíadas, mas para ela, havia algo mais, algo que queimava silenciosamente em seu peito. O que deveria ser mais um dia de preparação para os jogos se transformava em uma montanha de emoções. A chegada a Paris havia reaberto feridas que ela tinha se esforçado tanto para esconder.
Allyson sempre foi intensa em tudo que fazia. Dentro de quadra, era conhecida por sua energia e habilidade, mas fora dela, escondia um segredo que carregava há anos: o amor incondicional que sentia por sua melhor amiga, Rebeca Andrade. Um sentimento que sempre esteve lá, cresceu junto com ela, mas que, em sua mente, nunca seria correspondido.
Ao se lembrar das vezes em que Rebeca recorreu a ela para consolo, Allyson sentia uma mistura amarga de tristeza e raiva. Raiva de si mesma por não conseguir ser mais do que apenas a amiga em quem Rebeca confiava para chorar após os términos dolorosos. Raiva do ex-namorado de Rebeca por ter tido o privilégio de ser o amor dela, mesmo que temporariamente.
A chegada a Paris trouxe uma realidade que Allyson não podia mais ignorar: inevitavelmente, ela veria Rebeca. Elas se cruzariam pelos corredores da Vila Olímpica, e Allyson sabia que seria forçada a enfrentar todos aqueles sentimentos reprimidos.
Na manhã do dia 23 de julho, Allyson tentou seguir sua rotina, começando pelos exames de fisioterapia. Mas a preocupação e o medo de reencontrar Rebeca estavam estampados em seu rosto. Quando entrou na quadra de treino, a ausência de seu habitual sorriso não passou despercebida.
Thaisa Daher, sempre perceptiva, notou o comportamento atípico da amiga.
— Ally? Posso falar com você rapidinho? — Ela perguntou, já puxando Alysson para um canto mais reservado. — O que aconteceu, Ally? Você parece com a cabeça em outro lugar, e não me venha com a desculpa de que é por nervosismo do jogo contra o Quênia.
Allyson suspirou, sabendo que não conseguiria enganar Thaisa. Ela ponderou se deveria ou não se abrir, mas a sensação de estar sobrecarregada finalmente falou mais alto.
— É só que... eu não sei se me sinto bem em ver ela depois de tanto tempo, ok? — Confessou, a voz embargada. — Eu sei que apesar dos meus sentimentos, ela é minha melhor amiga e que durante os últimos cinco meses eu coloquei ela no escuro. Mas Thai, eu realmente não tenho forças o suficiente para ver ela falando sobre outra pessoa.
Thaisa ouviu com empatia, compreendendo a profundidade da dor de Allyson.
— Ally, eu sei que deve ser doloroso imaginar que a pessoa que você ama não corresponde aos seus sentimentos, mas pense que também não é justo se afastar dela assim. — Thaisa disse, sua voz firme, mas gentil. — A Rebeca não tem noção dos seus sentimentos em relação a ela, você acha que ela não deve estar surtando com o fato de você praticamente sumir da vida dela? O que você faria se ela fizesse o mesmo?
