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*Entre fumaças e batidas de corações*

Hwang Hyunjin sempre foi uma figura que despertava curiosidade e admiração à distância. Com sua postura impecável e movimentos que exalavam precisão, ele era mais que apenas o líder do clube de dança; ele era a personificação da dedicação à arte. Seus cabelos pretos, que caíam suavemente sobre os olhos expressivos, pareciam flutuar em harmonia com cada passo que ele dava. No entanto, por trás daquela fachada impenetrável e das apresentações perfeitas, havia uma inquietação crescente, um desejo por algo além da rotina meticulosamente organizada.

Em contraste, Lee Minho era o caos em pessoa. Capitão do time de basquete e presença constante em confusões e festas clandestinas, ele carregava uma aura irresistivelmente perigosa. Seus olhos afiados, sempre acompanhados de um sorriso cínico, revelavam alguém que vivia para desafiar limites. Ele era o tipo de garoto que exalava confiança e não se importava em quebrar as regras - na verdade, ele se alimentava disso. Cigarro entre os dedos e uma garrafa de uísque sempre à mão eram quase tão característicos quanto o próprio uniforme do time.

Os dois nunca tiveram razões para se cruzar. Enquanto Hyunjin vivia para a dança e para seu pequeno círculo de amigos igualmente focados, Minho habitava um mundo de noites intensas, farra e desafios. Contudo, naquela noite de sexta-feira, os destinos começaram a colidir de forma inesperada.

Era comum haver festas nos becos abandonados da cidade - lugares onde a música alta, a fumaça de cigarro e o cheiro de álcool se misturavam em uma atmosfera carregada de energia e promessas de excessos. Hyunjin nunca se interessava por esse tipo de evento, mas naquela noite algo o fez sair de sua rotina. Talvez fosse o esgotamento das repetições nos ensaios ou a necessidade latente de sentir algo diferente, algo mais intenso. Vestindo uma jaqueta preta que combinava com o brilho de seus olhos, ele decidiu ir.

Ao chegar, foi recebido pelo som pulsante de hip-hop e pelo ar denso de fumaça. Jovens riam, dançavam, e as luzes piscantes criavam uma cena surreal. Ele observava o ambiente com certa curiosidade, até que seus olhos captaram uma figura familiar, embora desconcertante: Lee Minho. Encostado em uma parede grafitada, ele parecia alheio à festa ao seu redor. Sua atenção estava voltada para a garrafa de uísque que segurava e o cigarro pendurado no canto dos lábios. Mas bastou Hyunjin cruzar o beco para que Minho o notasse. Seus olhares se encontraram por um breve instante, e o que deveria ter sido apenas uma troca casual se transformou em um choque inesperado de intensidade. Hyunjin sentiu o peito apertar, mas não desviou o olhar.

Decidido a ignorar a sensação desconhecida que Minho lhe causava, Hyunjin seguiu para a pista de dança improvisada. Deixou-se levar pelo ritmo, cada movimento expressando uma liberdade que ele raramente permitia a si mesmo. Mas, mesmo entregue à música, ele não conseguia ignorar a presença observadora que o acompanhava.

Minho, intrigado pelo contraste entre a elegância precisa de Hyunjin e o ambiente caótico ao redor, decidiu se aproximar. Jogou fora o cigarro, ainda aceso, e atravessou a multidão com passos firmes. Quando chegou perto o suficiente para sentir o calor que emanava de Hyunjin, parou. A proximidade entre os dois era eletrizante; o cheiro de nicotina e álcool misturado ao perfume amadeirado de Minho invadiu os sentidos de Hyunjin.

"Você dança bem," Minho sussurrou, com a voz rouca e um sorriso cínico.

Hyunjin virou-se devagar, enfrentando-o de frente. "E você, acha que impressiona com essa pose de bad boy?" retrucou, com os olhos desafiadores.

Minho soltou uma risada baixa, tragando o cigarro antes de soprar a fumaça lentamente, seus olhos ainda presos nos de Hyunjin. "Talvez eu só esteja curioso para ver o que há por trás dessa perfeição toda."

A tensão entre eles era palpável. Minho representava tudo aquilo que Hyunjin deveria evitar: o caos, a rebeldia e o impulso destrutivo. Mas, ao mesmo tempo, havia uma atração magnética, algo que o fazia querer testar os próprios limites.

"Talvez você esteja subestimando o quanto eu gosto de desafios," respondeu Hyunjin, sentindo o coração acelerar.

Minho se aproximou ainda mais, o sorriso no rosto agora se transformando em uma expressão quase perigosa. "Então me mostra," ele sussurrou, sua voz um convite para algo além do simples flerte.

Antes que Hyunjin pudesse refletir sobre o que estava prestes a fazer, ele pegou o cigarro da mão de Minho e tragou, sentindo a fumaça preencher seus pulmões. Ao soltar a fumaça, os olhares dos dois estavam firmemente entrelaçados, como se nenhum deles quisesse ser o primeiro a recuar.

Minho, visivelmente satisfeito, aproximou-se o suficiente para que suas respirações se misturassem. Ele deslizou uma mão pela cintura de Hyunjin, puxando-o ainda mais perto. Os sons ao redor tornaram-se ruídos distantes; tudo o que restava era o ritmo acelerado dos corações e o ar denso de desejo entre eles. Minho se inclinou, seus lábios roçando os de Hyunjin por um breve momento antes de parar, deixando o ar eletrificado.

"Se quiser saber até onde isso vai, vai ter que me acompanhar até o fim da noite," provocou Minho, a voz soando como um desafio.

Hyunjin soube naquele instante que estava prestes a cruzar um ponto sem retorno.

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O relógio avançou, e a madrugada trouxe com ela beijos proibidos, toques furtivos e uma conexão que nenhum dos dois esperava encontrar. Entre goles de bebida e risos abafados, eles exploraram uma química que ia muito além do físico; era uma combinação de competição, desejo e uma estranha necessidade de se desafiar mutuamente.

Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir, iluminando as ruas vazias, Hyunjin percebeu que o que começara como uma simples festa havia se tornado algo mais. A tensão entre ele e Minho não desapareceria tão cedo; na verdade, estava apenas começando. Algo intenso e irresistível havia se formado, e ambos sabiam que aquela era apenas a primeira de muitas noites onde limites seriam testados - e cruzados.

Continua...

Entre Fumaças e Batidas de CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora