4 - Estrelas cadentes trazem pinguins?

497 28 15
                                    


Se eu desejasse amor a uma estrela,
Ela iria me trazer você?

...

...

...

Momo caminhava nervosamente de um lado para o outro. Parecia ansiosa, e de fato, ela estava. Por uma razão muito especial.

- Momori, logo fará um buraco nesse chão. - Sana, sua esposa, sorriu ao chegar no quarto tão conhecido e especial para elas. - Não se preocupe. Logo teremos nosso anjinho aqui...

- Sim, Sannie, é só... - Suspirou.

- Entendo, minha vida... - Sorriu, se aproximando da mais velha. - Foi um pouco demorado, mas logo ela estará aqui, hm? - A japonesa mais nova disse, abraçando Momo. Estavam ansiosas para o outro dia, mas precisavam estar descansadas para aproveitarem melhor.

Então, dando uma última olhada no quarto que prepararam com tanto amor, as duas voltaram para o seu e foram dormir.

...

Orfanato Hoshino

São 9 horas da manhã, e a maioria das crianças do lugar estão espalhadas pelo parquinho do local.

Outras, estão brincando dentro do orfanato ou apenas conversando juntas. Somente uma delas está sozinha.

Somente a pequena Myoui.

No último quarto do corredor mais afastado dos dormitórios, Mina está deitada em sua cama, enquanto toma uma mamadeira cheia de leite frio. Afinal, ela não consegue usar o microondas ou o fogão, e não há ninguém disposto a fazer isso por ela.
A pequena suspirava enquanto tomava a mamadeira e fechava seus olhinhos. E como sempre, algumas lágrimas teimosas fugiam deles e pensamentos ruins cercavam sua mente.

Entre seus maus e raros bons momentos, Mina estava sempre sozinha. E odiava isso.

Somente lhe permitem o uso de fraldas porque seria muito trabalhoso lavar lençóis, e se não o fizessem, a pequena poderia ficar doente, o que afetaria o orfanato e sua reputação, podendo resultar em uma queda nas doações recebidas.

A Myoui deveria estar sempre longe da vista de qualquer um, e é por isso que lhe deram uma mamadeira. Para que ficasse afastada e sem necessidade de atenção.
E também lhe deram uma chupeta, para que ficasse quieta e não atrapalhasse ninguém.

A pequena tomava seu leite quietinha no quarto, segurando a mamadeira com suas duas mãozinhas e tinha seus olhos chorosos fechados, até ouvir batidas grosseiras na porta.

- Mina! Ainda aqui? - A pequena japonesa não entendeu bem de início, e se assustou com a grosseria da mulher.

Antes, sabia que seria chamada ao ter chance de receber uma família, mas ela sabia que não seria escolhida, como todas as outras vezes.

Geralmente era deixada de lado. Só requisitavam sua presença quando os casais eram abertos a adotar crianças mais velhas. E mesmo assim, quando a conheciam, nunca a olhavam novamente depois.

Mas estava sendo diferente daquela vez. Afinal, alguém havia lhe escolhido. Duas pessoas, na verdade. Lembrar disso a deixou feliz naquele momento. Sannie e Momori iriam vir.

- Se comporte e não incomode ninguém. - A dona da voz entrou no quarto, revelando uma das cuidadoras. A mulher tinha um rosto entediado e sequer encarava a pequena.

Mina não entendia bem a maldade das pessoas, então ainda olhou timidamente para a mulher, enquanto tomava coragem para lhe desejar um "bom dia". O que não deu certo, tendo em vista que a funcionária fechou a porta rapidamente e saiu do quarto.

Sleep Tight, Good Night Onde histórias criam vida. Descubra agora