Capítulo I

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Clara Nunes_ > [0:40  — 0:50]
Você passa e eu acho graça

⋆.˚✮ Nessa vida tudo passa,
e você também passou ✮˚.⋆

[Nome]

   *despertador*

   Acordo com meu despertador, tocando aquela música infernal de todo CLT. Assim que me levanto eu vou até um calendário e vejo os dias marcados. É hoje. Pensei para mim mesma.

   — FOLGAAAAAA! — Não consigo esconder minha alegria e começo a dar pequenos pulos enquanto ia escovar meus dentes — *Ou orr-ir de ontão!* — (*Vou dormir de montão!), dou um grande sorriso largo enquanto recebia uma mensagem de voz no celular —

   "Eai mona, tudo bem? Então de última hora nós chamaram para um serviço."

   Por um breve momento eu quis chorar e jogar o celular pela janela, mas 1: esse celular custa metade do meu seguro de vida. 2: Já estou no bico do urubu para ser demitida. Então eu apenas liguei, uma vídeo chamada, e comecei a me arrumar.

   "Agora mesmo?" — Ela confirma com um sim, eu pego um pente enquanto conversava com ela —

   "Sim, estarei na frente do seu apartamento em uns cin- *buzina de caminhonete* CINCO MINUTOS, o trânsito tá foda desculpa." — Ela disse estressada mandando o dedo do meio para o motorista, não me contive e soltei uma risada —

   "Tá foda mesmo, enfim vou descer agora" — Eu disse enquanto pegava minha mochila —

   Desci as escadas do prédio, e fui até a portaria, entreguei meus documentos ao porteiro, o avisei do meu horário de volta e logo saí. Assim que cheguei a rua dei de cara com a caminhonete daquela humana meio coelho.

   — Então? Vai abrir a porta ou não? — Ela solta um resmungo e abro a porta da caminhonete, eu jogo minha mochila para atrás do banco, junto da dela e coloco o cinto de segurança — O que aconteceu agora?

   — Acredita que justo hoje a dona Maria decidiu investigar a vida do marido dela? — Ela disse enquanto buzinava com raiva na caminhonete —

   — Ela descobriu agora que é corna? — Digo bem desanimada —

   — É. — Ela solta uma pequena risada nasal interna, ela aperta a buzina mais uma vez e vira a esquina —

   Eu coloco meu braço na janela da caminhonete vendo as casas e prédios saírem de algo mofado para algo mais bonito, detalhado e rico. É bem chato pensar que dentre tantos homens, tantas mulheres, pais mães, eu nasci justo um Zé ninguém.

   — Chegamos, eu vou na frente conferir o perímetro — Ela disse pegando um canivete no tênis e indo na frente, escondendo aquilo na manga —

   Eu pego minha mochila e abro para pegar uma faca e uma pistola e a escondo, a pistola na minha cintura, e a faca na guardei na minha manga. Batemos na porta e vimos a Dona Maria encolhida, assutada e com o rosto manchado de sangue, uma velha dessas arrumando confusão.

   — Ah vocês vieram, entrem entrem — Ela disse abrindo a porta para nós entrarmos, eu arrumo meu boné e me deparo com a cena. Um suicídio muito triste de 14 facadas nas costas do marido, e um tiro na testa da amante, pega por trás pela pose que ela está — Eu deveria suspeitar, um homem que é 30 anos mais novo que você, não te ama realmente. Eu cheguei mais cedo do serviço para surpreender ele, mas acabou no jeito que acabou.

   — Entendi, [Um nome falso] pega o alvejante, tem rodo e balde? — Ela concorda com a cabeça — Vamos precisar de sacolas também.

   — Beleza, faxina completa é o que você diz — Eu digo indo até o carro pegando minha mochila, produtos assim não poderiam ser vistos em casa de gente comum, muito menos quem não tem grana, ou tem até de mais —

𝐀 𝐌𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐃𝐨𝐬 𝑽𝒊𝒍𝒐̃𝒆𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora