𝐀 𝐌𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐃𝐨𝐬 𝑽𝒊𝒍𝒐̃𝒆𝒔

Capítulo II

Mitski - Drunk Walk Home.
《2:00___2:30》

☆★ • — AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH — • ★☆

   — A... Alicia? — Você estava sem forças. Agora não, suas costas estavam sentindo o peso, suas pernas também, o problema é que elas não aguentaram — Po... por quê? — Sua garganta começou a fechar, você tentava puxar o ar mas nada vinha, nada ia até seus pulmões — Alicia? — Você caiu no chão sem forças e fôlego para enfrentar o que estava acontecendo —

   Apesar do pânico, você pegou seu celular e tentou ligar para uma ambulância, sua voz estava trêmula, junto de suas mãos, você errou ficou errando os números pelo seu estado. Apesar de finalmete ter discado.

   Mas você não conseguiu.

   Você ligou para a ambulância, mas nada saia. Você estava apenas de joelhos, em frente ao corpo tentando ao máximo gritar. Lágrimas saiam do seus olhos em pânico, você tentava nem que fosse dizer um "socorro", mas apenas era sua respiração ofegante tentando colocar o ar que faltava nos seus pulmões. Mas nada.

   — 192, como posso ajudar? Tem alguém na linha? — Você tentou dizer que sim, poxa até pegar o sapato e jogar na parede estava sendo uma ideia mais útil que apenas ficar respirando tentando falar algo que não sai — Alguém?

   — ...

   — Com licença mas essa linha é para casos de emergência — "Isso é um assunto de emergência!" Você gritava para si mesma tentando, mas só seria para si. Você não é capaz disso. Você nunca foi.

   Nunca foi? Mas essa é a primeira vez que algo assim acontece? O que esta acontecendo? Pøř qūə vœc ɛ 檧sim?

   Mas talvez tenha sido melhor assim.

   Afinal o que iria dizer para eles? Que você mandou sua melhor amiga se matar?

   Mas que horrível, você passaria nos noticiários, canais de fofoca, revistas, como o monstro horrível que matou alguém. Sim! Isso! Não fale nada, faça o que faz de melhor e se livre do corpo. Faça seu trabalho.

   Você se levantou com um sorriso no rosto e olhos esbugalhados, elimine o corpo, essa era sua função agora. Um assassinato e ocultação de cadáver nesse lugar? É mais uma manhã de domingo no Underground! Isso!

   Você sorria ainda mais indo em direção ao corpo, mas algo chama sua atenção. Uma carta. Bem na cadeira. Uma carta de suicídio? Relutantemente e hesitante, você pega e abre. Só poderia ser para você, para quem mais séria?

      Querida S/n;

   Eu sei que você deve estar se sentindo um lixo agora. E eu espero que esteja! Mas ao mesmo tempo não. O que disse doeu bem no fundo, mas era algo que não podia mais ser ignorado. Vim por meio dessa carta dizer que esse suicídio não é culpa sua. Isso já estava aqui no fundo.

   Esse dia de eu ter estragado sua folga foi só uma das várias maneiras de contornar esse sentimento que já venho sentindo. Eu admito que foi culpa minha, eu não devia ter te usado só porque eu estava carente e queria uma atenção somente para ignorar isso. No duas não estamos certas ou erradas. Espero que saiba disso.