Olha por onde anda, panaca!

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Se pudesse descrever Leehan em um palavra, Taesan provavelmente não faria, não conseguia encaixar um xingamento só que correspondesse a inimizade que sentia em relação a ele.

Usando palavras toscas, só para não te assustar, afinal se ele pudesse colocaria de forma bem explícita seus pensamentos nada convenientes, não na primeira estrofe ou parágrafo, que seja!

— Nem fodendo.

— Ah qual é, Taesan você sabe que ele é nossa única opção — Jaehyun derretia já sabendo que era uma batalha perdida.

— A gente treina alguém, sei lá

— Cara, ninguém sabe tocar guitarra, isso nem faz sentido

— Então a gente ensaia sem guitarra, coloca playback, para de me encher! — Impaciente Taesan se jogou no sofá da garagem de sua casa.

Se lembrava de quando tinha idealizado aquele lugar com seu melhor amigo, Riwoo.

Eles se sujaram e machucaram mudando as coisas de lugar, isso por serem muito novos, agora olhar para aquele espaço chegava a ser nostálgico.

Pena que tudo que ele poderia pensar no momento estava sendo arruinado por Myung Jaehyun o vocalista que insistia em citar o nome que estragava seu dia, Leehan.

— Entrando! — Avisou Riwoo, sendo acompanhado por Sungho.

Viam as baquetas rodopiarem pelo ar e girarem em torno dos dedos de Riwoo como se qualquer um pudesse fazer isso, mas ainda era muito legal.

Sungho cumprimentou todos e levou consigo Jaehyun até o teclado que ele ligaria em instantes.

— Sabia disso?

— Sobre o nosso novo guitarrista? — Provocou o mais baixo desviando de um chute do Han.

— Cala boca, se ele entrar eu saio — Falou bravo, porém brincalhão, já que Riwoo sabia da origem de tanto desgosto pelo rapaz.

— Bora, levanta! — Chamou o menor para começar o ensaio o quanto antes.

O repertório era escasso, afinal quanto mais ensaiassem a mesma música melhor ela ficaria.

Era questão de segundos para esquecer de tudo e focar no seu próprio instrumento, erro após erro eles quando não começavam de novo esperavam que o musicista se alinhasse aos demais novamente.

Num passe de mágica tocavam a última música, a favorita da banda, The Way Back da maior banda japonesa de todos os tempos One Ok Rock.

Claro, Taesan sempre ia ser baba ovo de bandas alternativas americanas, tipo My Chemical Romance, mas não vinha ao caso.

Acontece que ser líder era importante, mas música sempre foi sobre liberdade então entrar num consenso entre os gostos foi incrivelmente difícil.

Vez ou outra eles faziam um ensaio aberto para que todos pudessem assistir, mas desde que Ricky tinha deixado a banda não tinham nem planos de ensaiar em até serem convocados por Taesan.

O plano era conseguir um novo guitarrista, o problema é que não tinha nenhum. Não, Leehan não é uma opção.

Pode parecer meio estúpido, mas quando se tem a confiança quebrada é preciso fazer merecer para fazer as coisas voltarem a como eram antes e ele nunca tentou.

No começo do ano Taesan estava em um dos seus piores momentos quando escreveu uma música que expunha cada um de seus sentimentos, mas essa música tinha sido roubada de si.

Qualquer um que se lembrasse dela provavelmente se lembraria na voz de Leehan, que agia como um cara de pau falando que aquilo não tinha nada a ver com ele.

Os dois magoados tiveram um grande troca de insultos sem a menor pretensão de resolver o problema, ou de dividirem o mesmo espaço novamente.

Então já fazia pelo menos oito meses desde que se evitavam ao máximo, não era tão difícil, afinal o único que tinha amizade com ele em todo o campus era Woonhak um calouro de Engenharia Mecânica.

Poucos eram os dias que a banda não passava o intervalo junta, no fim das contas pertencer a uma banda era muito legal e tinham se acostumado tanto um com o outro que dessa forma pareciam fazer mais sentido.

De vez em sempre, recebiam reclamações dos colegas quando Jaehyun começava a cantarolar algo o que terminava nos quatro reunidos em batuques e sons improvisados que eram escutados do outro lado do refeitório.

O principal dedo duro era o famoso Leehan, esse quando sentia o cheiro de um deles já se apoiava na disposição da direção.

A pausa daquela tarde não havia sido diferente, Leehan dava largas passadas até a secretária, quando ouviu um grito alto:

— CUIDADO COM A BOLA!

Lembranças RuidosasOnde histórias criam vida. Descubra agora