BANHEIRO

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"Puta merda..." As palavras de Lívia ecoaram na minha mente como um alarme. E ela tinha razão,  - puta merda. -

Meu olhar se fixou na entrada da boate, onde algumas pessoas familiares começaram a entrar. O ambiente pareceu congelar por um momento.

“É o time de vôlei!” Nick disse, visivelmente animado, enquanto Lívia começou a acenar energicamente na direção das jogadoras.

“Tá doida, porra!” falei, puxando o braço dela para baixo com firmeza, fazendo-a me encarar incrédula.

“O que foi?” perguntou, ainda confusa, os olhos arregalados de surpresa.

Virei-me rapidamente em direção ao bar, ficando de costas para o grupo, na esperança de não ser notada. Meu coração começou a bater mais rápido, e senti um leve suor se formando nas palmas das mãos.

“Eu preciso contar uma coisa,” murmurei, minha voz baixa e tensa, mas o suficiente para atrair a atenção dos dois.

“Fala logo.” Nick disse, inclinando-se mais perto, com Lívia imitando o movimento.

“Eu preciso contar uma coisa,” repeti, agora mais alto, tentando controlar o nervosismo que subia pela minha garganta.

“Deve ser muito importante,” Lívia disse, lançando um olhar por cima do ombro. “Pra você não deixar eu tirar uma foto com a minha futura esposa!” Ela terminou com uma voz dramática, mas eu pude notar o tom de brincadeira misturado com expectativa.

Suspirei, sentindo a tensão se acumulando no meu peito. “Tá, como eu posso dizer isso...” Passei a mão pelos cabelos, tentando organizar meus pensamentos enquanto desviava o olhar.

“Fala logo!” Lívia e Nick imploraram ao mesmo tempo, a impaciência crescendo.

“Eu... Eu fiquei com alguém do time de vôlei,” confessei de uma vez, quase num sussurro, enquanto abaixava a cabeça, pressionando as palmas das mãos contra o rosto.

O silêncio que se seguiu foi palpável, apesar da música alta ao redor. A atmosfera entre nós parecia ter sido momentaneamente sugada.

“Uau... por que você nunca me contou isso?” Lívia perguntou, a decepção evidente em seu tom.

“Porque... porque na época eu achei que não era importante, e eu não te conhecia ainda,” respondi, minha voz tingida de arrependimento, levantando o olhar lentamente para encontrar os olhos dela.

“Então faz o quê, uns dez, onze anos?” Ela perguntou, e eu apenas assenti.

“Por aí...” murmurei.

“E por que isso é tão ruim?” Nick perguntou, sua curiosidade aguçada. “Seria muito ruim se fosse tipo o Zé, mas eu não acho que você seria capaz... não seria, né?” Ele me lançou um olhar desconfiado.

“Não! Cara que loucura,” respondi rapidamente, ajeitando-me na cadeira, tentando afastar a ideia.

“Então, quem foi?” Ele insistiu, o tom carregado de expectativa.

“Não diga que foi a Gabi,” Lívia perguntou, sua voz carregada de uma preocupação inesperada.

Soltei uma risada curta, tentando aliviar a tensão. “Não, Lívia, não foi a Gabi. Foi a Rosa,” admiti, sentindo o peso da revelação cair sobre nós como uma bomba. Os olhares de surpresa que recebi dos dois me deixaram nervosa.

“Caralho, você é foda, garota!” Lívia exclamou, agora visivelmente animada com a novidade.

“É... e confesso, foi uma grande surpresa, mas por que você está com tanto medo de reencontrar ela?” Nick perguntou, enfatizando a palavra “medo” com um gesto cômico, mas curioso.

DESTINO | ROSAMARIA MONTIBELLEROnde histórias criam vida. Descubra agora