Hwang Hyunjin é um artista moderno renomado, rejeitado por vários críticos de arte. Então uma tragédia o atinge: a morte arromba sua porta e leva embora seu irmão. Desesperado por justiça, Hyunjin recorre ao detetive mais famoso de Seongnae-Dong, Le...
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Após aquela noite, tudo ficou diferente aos olhos de Hyunjin. Nada mais fazia sentido. O mundo antes cheio de graça nos mínimos detalhes, agora se desdobrava em sombras e interrogações. "Porquê logo em ele?" "Porquê eu me sinto assim?" As perguntas escovam em sua mente sem respostas claras.
Onze longas horas haviam se arrastado desde a morte de seu irmão, Jeongin. O relógio marcava seis horas em ponto, mas Hyunjin nem havia notado o tempo passar. O tempo parecia ter perdido o significado.
Sua aparência acabada refletia seu interior. Olheiras profundas e marcadas decoravam seus olhos, que pareciam ter perdido a alma junto ao seu irmão naquela horrenda noite.
Na sala de estar, ele estava sentado no sofá carmesim, encarando a televisão desligada como um espírito errante. As longas cortinas amarronzadas bloqueavam qualquer resquício de luz do sol que tentasse invadir pela varanda. A única fonte de luminisidade era o abajur no corredor, emitindo uma luz fraca e amarelada. O jovem artista não tinha noção das horas; o tempo se dissolvia em sua dor.
Han Jisung, por sua vez, permanecia imóvel na cama. Fraco demais para se quer se mover. Debaixo dos lençóis ele afundava sua cara em travesseiros encharcados pelas lágrimas, as mesmas que deixaram seus olhos secos e inchados. Olhos estes que eram impossíveis de abrir devido a vermelhidão. Seu subconsciente insistia que aquilo era um sonho, uma ilusão passageira. Só podia ser.
Todo luto da casa foi subitamente interrompido por batidas na porta, sem aviso prévio. O som banal estremeceu a casa toda, reverberando pelas paredes. O silêncio era tão alto que aquele barulho cotidiano ecoava por toda a casa com facilidade. Hyunjin se assustou mas não se sentiu muito afetado. Sua dor não permitiu que o impacto fosse grande o bastante para se importar. Han por sua vez, como uma estátua de medusa, permaneceu inabalável.
Hyunjin sentiu o impulso de mandar quem quer que estivesse atrás daquela porta embora. Era uma péssima hora. Um péssimo momento. Mas e se fosse importante? E se mais alguém tivesse morrido, e ele não recebera nenhuma ligação porque seu celular estava sem bateria? E se...
A porta se abriu. Era Hwang Ahreum, sua mãe.
— Oi, Hyun, meu amor — disse ela, tristonha com seus lábios brancos, abraçando o filho que retribuiu com certa dificuldade.
— Eu passei aqui pra ver como meu amor está — continuou ela, entrando na casa enlutada, observando cada canto triste que agora carregava — Aproveitei para comprar um lanchinho para vocês — deixou uma sacola branca média sobre o balcão da cozinha — Seu pai também conversou comigo e pediu para entregar esse papelzinho aqui pra você. — A mais velha segurou as mãos de seu filho e colocou um pequeno pedaço de papel entre elas.
"Lee's Insight 82-555-SONGNAEDONG-007"
Hyunjin olhou confuso para sua mãe, o que significava aquele papel?
