Capítulo 02 - O Acaso Veste Farda

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Olho no meu celular e já são quase 21:00 horas da noite, já passou mais de três táxis mas nenhum parou, não os julgo vir na baixada essas horas é pedir para ser assaltado. Mas porra até eu tô me cagando de medo de ficar aqui sozinha. Mais um passa e já perdendo as esperanças nem tento chamar, mas ele para. Agradeço mentalmente aos céus por isso.

Entro no carro falando apenas um boa noite e a localização de onde fica minha casa. Respiro aliviada, eu amava trabalhar com a comunidade,mas a noite isso aqui virava um inferno, polícia batia direto nas residências para procurar drogas, ou então para pegar bandido dando mole. Vim correndo quando soube que Sérgio não estava passando bem, peguei o primeiro táxi que vi pela frente e corri para o Morro do Cruzeiro Azul o mais rápido possível.

Meu trabalho sempre seria minha prioridade, a vida dos meus pacientes é mais importante que qualquer coisa. Até mesmo da minha própria vida, eu fui doida de passar no meio de uma trocação, mas não pensei muito, apenas fiz. Ainda sinto a ardência no meu braço com tamanha brutalidade que aquele brutamonte me segurou.

— Chegamos, senhora. - o homem avisa, e eu o agradeço dando uma gorjeta e saio as pressas para dentro de casa.

Aqui na Vila Pôr Do Sol é mais tranquilo, mas ainda assim quando passo na rua vejo alguns adolescentes fumando maconha e ultimamente anda tendo alguns casos de roubos, por isso tento não dar bobeira. Tranco a porta e vou para um banho. A água quente fazia meus músculos relaxarem, me permito sentir um pouco da calmaria que ela me trazia. Desligo o chuveiro e saio pegando a toalha, enrolo em meu corpo e passo a mão no espelho do banheiro para desembaçar.

Noto que meu braço onde ele segurou está se formando alguns vergões. Eu vivia roxa, me batia nas coisas sem querer e já ficava hematomas, mas não imaginei que um "apertaozinho" ia fazer todo esse estrago, aquele cara tinha uma força sem igual. Reviro os olhos só de pensar em tamanha arrogância dele, depois quis dar uma de bom samaritano pra cima de mim, a mim ele não engana. Ele era igual, senão pior que todos da polícia.

O dia amanhece mais uma vez no Morro do Horizonte e sei que temos mais um dia de trabalho para cumprir

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O dia amanhece mais uma vez no Morro do Horizonte e sei que temos mais um dia de trabalho para cumprir. Visto minha farda, coloco o colete a prova de balas e dou uma rápida limpada no fuzil e na pistola que sempre tinha comigo por segurança. Dirijo até o terceiro batalhão onde estou treinando alguns homens.


- Linha senhores! - Grito enquanto todos se arrumam do lado um do outro com as armas em punho.

- Posição de tiro! - Todos levantam as armas. Vou passando de um por um observando seus movimentos, corrijo a postura de alguns e ajusto o ângulo da arma de outros.

- Controlem a respiração, vocês não estão atirando em alvos de papel. Na rua, um erro e vocês estão mortos. Não é só o dedo que aperta o gatilho senhores, é a mente, é o corpo inteiro, concentração total! - grito novamente.

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