O Peso das Alianças

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A família de Jungkook estava radiante com a concretização do casamento, mas poucos imaginavam que a satisfação da família de Haeun era ainda maior

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A família de Jungkook estava radiante com a concretização do casamento, mas poucos imaginavam que a satisfação da família de Haeun era ainda maior. Para eles, esse matrimônio não era apenas uma aliança; era uma tábua de salvação em meio a um mar de incertezas.

A empresa da família de Haeun, outrora uma potência no mercado, enfrentava um declínio severo. Tudo começou quando o patriarca, um homem de visão limitada e valores conservadores, insistiu que apenas seu filho primogênito poderia assumir o comando dos negócios. No entanto, o jovem de 26 anos tinha sonhos que iam na contramão do mundo corporativo. Sua paixão pela aviação e o desejo de se tornar piloto eram incompatíveis com as responsabilidades de um casamento ou com a liderança de uma empresa.

O destino, porém, foi cruel. O pai de Haeun adoeceu gravemente, e sua saúde deteriorou-se rapidamente. Antes que sua condição se tornasse crítica, ele declarou, com a inflexibilidade de quem não admite ser contrariado, que apenas seu filho homem poderia assumir o comando da empresa. Mesmo que o filho não tivesse o mínimo interesse ou aptidão para o cargo, a tradição e o preconceito prevaleceram. A filha caçula, Haeun, apesar de ser a mais capacitada para liderar, nunca foi considerada uma opção válida pelo pai. Para ele, a ideia de uma mulher à frente dos negócios era simplesmente impensável.

Com o irmão de Haeun no comando, a empresa começou a desmoronar. Ele não tinha o tino necessário para gerenciar um império empresarial, e em poucos anos, o que antes era uma potência começou a afundar em dívidas e má gestão. A reputação da família, construída ao longo de décadas, começou a ruir. A solução encontrada pelo patriarca foi simples: usar Haeun como peça de barganha em um casamento vantajoso.

Para Haeun, casar-se com Jungkook era a última esperança de salvar o que restava da fortuna e do prestígio da família. Ela sabia que seu irmão não tinha a capacidade de reverter o declínio da empresa. Se não agisse, tudo o que seu pai havia construído desmoronaria. O casamento com Jungkook oferecia a oportunidade de associar o nome da família à poderosa imagem dos Jeon, trazendo a estabilidade e os recursos necessários para salvar os negócios.

Ambiciosa e perspicaz, Haeun aceitou o fardo sem hesitar. Ela sabia que Jungkook não a amava, mas não se importava. Para ela, o casamento era uma transação, uma estratégia para assegurar o futuro da família. O amor era irrelevante, contanto que alcançasse seus objetivos. Estava disposta a fazer o que fosse necessário para proteger os interesses da família, incluindo manipular todos ao seu redor — Jungkook e Taehyung, em especial.

Ela jogaria suas cartas com maestria, usando a inteligência e a frieza que sempre a distinguiram. Naquele momento, Haeun sabia que estava no controle, e não deixaria escapar a chance de salvar a empresa e assegurar o legado de sua família, mesmo que isso significasse sacrificar sua própria felicidade — e a de todos os envolvidos.

🍃

Taehyung estava inquieto no aeroporto, seus olhos fixos na tela que exibia os horários dos voos na área de desembarque. Seu coração batia descompassado enquanto esperava o retorno de Jungkook e Haeun da lua de mel na Europa, um presente do pai de Jungkook. A lembrança da sugestão do pai, em tom de brincadeira, para que aproveitassem a viagem para "encomendar um herdeiro", apertava seu peito, mas ele tentou afastar o pensamento. Estava ansioso demais para finalmente ver Jungkook após cinco dias longe.

Quando viu na tela que o voo havia aterrissado, seu coração pulou de alegria. Ele focou no portão de desembarque, tentando controlar o nervosismo. Finalmente, avistou Jungkook saindo com as malas. Taehyung apressou o passo, um sorriso se abrindo em seu rosto ao ver Jungkook. Ele correu até o namorado e o envolveu em um abraço apertado, esquecendo completamente da presença de Haeun.

Jungkook retribuiu o abraço com igual intensidade, sentindo um alívio profundo por estar nos braços de Taehyung novamente.

— Senti tanto a sua falta — Jungkook murmurou no ouvido de Taehyung, apertando ainda mais o abraço.

Só quando Taehyung finalmente se afastou é que percebeu a gafe que cometera. Olhou para Haeun, que os observava com um sorriso forçado.

— Ah, Haeun... Como foi a viagem? — perguntou, tentando disfarçar o constrangimento.

— Foi boa, obrigada — Haeun respondeu, mas seu tom era distante. Taehyung sentiu a tensão no ar e decidiu não insistir.

No carro, enquanto dirigia, Taehyung ouviu Jungkook falar animadamente sobre a viagem.

— Você devia ter vindo com a gente, Tae. Teria sido muito mais divertido com você lá.

Taehyung balançou a cabeça, mantendo os olhos na estrada.

— Você sabe que não seria prudente, Kook. Mesmo em outro país, alguém poderia nos ver juntos, e seria estranho um amigo estar com um casal em plena lua de mel.

Jungkook suspirou, frustrado, inclinando-se no banco de carona e tocando suavemente o braço de Taehyung.

— Eu sei... Mas senti tanto a sua falta — disse, seus dedos acariciando o braço de Taehyung, que se esforçava para manter o foco na direção.

Ao chegarem no novo apartamento, Taehyung estacionou o carro e ajudou com as malas. Seu coração apertou ao ver o lugar que Haeun havia mobiliado. Era ali que Jungkook viveria agora, com outra pessoa. O sonho deles de viver juntos parecia cada vez mais distante.

Percebendo o semblante triste de Taehyung, Jungkook tentou amenizar a situação.

— Haeun, você se importa se eu ficar a sós com o Tae por um tempo? Preciso matar a saudade do meu melhor amigo.

Haeun hesitou, mas assentiu com um sorriso forçado.

— Claro, fiquem à vontade. Vou tomar um banho e descansar um pouco.

Assim que Haeun se afastou, Jungkook se aproximou de Taehyung e segurou suas mãos.

— Tae, eu preciso que você saiba... Na Europa, eu providenciei outro quarto para mim. Dormimos separados. Não houve... nada entre nós. Eu juro.

Taehyung sentiu um alívio misturado com tristeza ao ouvir isso.

— Eu confio em você, Kook. Mas não posso negar que isso tudo... é difícil.

Jungkook segurou o rosto de Taehyung com as mãos, olhando profundamente em seus olhos.

— Eu queria tanto que você tivesse estado lá comigo. Um dia, vamos fazer essa viagem juntos, e muitas outras também. Eu prometo.

Taehyung assentiu, sentindo o calor das mãos de Jungkook em seu rosto.

— Como foram os seus dias sem mim? — perguntou Jungkook, com uma voz suave.

Taehyung suspirou, mantendo o olhar fixo no de Jungkook.

— Foram... solitários. Senti muito a sua falta.

— Eu também senti a sua — respondeu Jungkook, inclinando-se para dar um beijo suave nos lábios de Taehyung. — Obrigado por estar nessa comigo, por suportar tudo isso. Um dia, seremos livres para viver juntos, sem precisar nos esconder.

Taehyung, apesar da dor causada pelos últimos acontecimentos, sentiu uma fagulha de esperança.

— Eu estou com você, Kook. Vamos aguentar até o fim. E quando esse pesadelo acabar, vamos nos casar. Nem que precisemos ir para outro país para isso.

Jungkook sorriu, abraçando Taehyung com força.

— Eu mal posso esperar por esse dia, Tae. Vamos ser felizes, juntos.

Enquanto se abraçavam, ambos sabiam que a jornada seria longa e difícil, mas também sabiam que, no final, teriam um ao outro.

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⏰ Última atualização: Aug 28 ⏰

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