O passado

1 0 0
                                    

— Eu... não sei como começar — disse ele finalmente, a sua voz a soar mais fraca do que o normal.

— Dylan, por favor, só me diz o que está a acontecer — pedi, aproximando-me dele. — Estou a sentir que há algo de muito errado e... e sinto que tem a ver com a Mila.

Ele suspirou, passando uma mão pelo cabelo num gesto de frustração.

— A Mila... ela tem uma maneira de se meter nas vidas das pessoas, de manipular as situações a seu favor — começou ele, com uma amargura na voz. — E... eu estou preso a uma coisa que não consigo desfazer, algo que ela sabe e que não quer que eu esqueça.

O meu coração apertou-se ao ouvir as suas palavras. Sabia que o Dylan estava a esconder algo importante, mas não imaginava que envolvesse a Mila de uma forma tão direta.

— O que é que ela sabe? — perguntei, tentando compreender a dimensão da situação.

Ele olhou-me nos olhos, e a dor que vi ali fez-me querer abraçá-lo e afastar toda a escuridão que parecia cercá-lo.

— Há uns anos, antes de nos aproximarmos, a Mila e eu... tivemos uma espécie de relação. Foi algo curto, mas intenso. E... durante esse tempo, eu fiz coisas que não me orgulho. Coisas que ela nunca me deixou esquecer. Agora, ela está a usar isso contra mim, a ameaçar-me, a ameaçar-nos.

As palavras dele atingiram-me como um murro no estômago. De repente, tudo parecia fazer sentido — a presença inquietante da Mila, as suas palavras enigmáticas, a tensão que sentia em torno do Dylan. Ela estava a tentar manipular-nos, a jogar connosco, e agora sabia que estávamos numa posição delicada.

— Vamos lidar com isto juntos — disse, tentando trazer-lhe algum conforto. — Não vou deixar que ela nos destrua, Dylan.

Ele olhou para mim, uma mistura de gratidão e arrependimento nos seus olhos.

— Obrigado — murmurou ele, puxando-me para um abraço. Mas mesmo enquanto os seus braços me envolviam, não conseguia afastar o receio de que a Mila ainda tivesse mais cartas na manga.

Enquanto ficávamos ali, abraçados, sabia que estávamos prestes a enfrentar algo muito maior do que imaginava. A Mila não era apenas uma presença incómoda — ela era uma ameaça real, que estava disposta a fazer de tudo para alcançar os seus objetivos. E se quiséssemos sair desta situação sem sermos destruídos, teríamos de estar mais unidos do que nunca.

As Férias de verão Onde histórias criam vida. Descubra agora