O sol da manhã brilhava suavemente através das janelas da escola, iluminando os corredores movimentados e o pátio onde grupos de estudantes se reuniam antes das aulas. Sofia e Eduarda caminhavam lado a lado, cada uma perdida em seus próprios pensamentos, enquanto o barulho ao redor parecia distante e abafado.
Depois do beijo da noite anterior, uma mistura de sentimentos pairava no ar entre elas. A proximidade que tinham construído nos últimos meses era nova e excitante, mas o medo de que isso pudesse colocar em risco a amizade que elas tanto lutaram para reconstruir era inevitável.
Eduarda passou a mão pelo cabelo, jogando-o para trás em um gesto nervoso, enquanto seus olhos corriam pelos rostos conhecidos dos colegas de escola. "E se isso mudar tudo?", pensava ela. "E se perdermos o que finalmente conseguimos ter?"
Sofia, ao lado dela, não estava menos ansiosa. O beijo tinha sido incrível, mas agora a realidade estava começando a se instalar. Ela se perguntava como as coisas ficariam entre elas, especialmente em um ambiente como a escola, onde a pressão social e as expectativas dos outros podiam ser sufocantes.
— "Vida, vem cá!" A voz animada de Caick ecoou pelo pátio, trazendo Sofia de volta ao presente. Ele estava com Marcos e Douglas, todos rindo e gesticulando enquanto acenavam para ela.
— "Oi, gente!" respondeu Sofia com um sorriso largo, fazendo um esforço consciente para parecer descontraída. Ela acenou para os amigos e deu um rápido olhar para Eduarda, que também sorriu timidamente.
Eduarda acenou para os amigos de Sofia, mas logo se afastou um pouco, dirigindo-se para onde seus próprios amigos, Lusca, Gab e Rafa, estavam reunidos perto das escadas. Ela se sentiu um pouco desconfortável, não apenas por causa dos sentimentos conflitantes que tinha em relação a Sofia, mas também pela possibilidade de que seus amigos pudessem notar algo diferente em seu comportamento.
— "Ei, Doarda!" chamou Lusca, sorrindo amplamente ao vê-la. "Demorou hoje, hein?"
— "Pois é, dormi demais", respondeu Eduarda, rindo. "Vocês estão prontos para mais um dia de tortura?"
— "Sempre", disse Gab, piscando para ela. "Pelo menos teremos a companhia uns dos outros."
Enquanto os amigos de Eduarda continuavam conversando sobre a rotina escolar e as provas que se aproximavam, Eduarda olhava discretamente na direção de Sofia. Ela estava cercada pelos amigos, rindo e conversando animadamente, mas havia algo nos olhos dela que mostrava que ela também estava preocupada, talvez até ansiosa.
— "Você tá bem, Duda?" perguntou Rafa, notando o olhar distante de Eduarda. "Tá pensando em algo?"
— "Ah, só estou com a cabeça cheia", respondeu Eduarda, tentando soar casual. "Nada demais."
Rafa assentiu, aceitando a resposta, mas ainda com uma leve preocupação no rosto. Eduarda voltou a prestar atenção na conversa, mas não conseguia evitar que seus pensamentos voltassem repetidamente para Sofia e para o que aquele beijo significava para ambas.
Enquanto isso, do outro lado do pátio, Sofia tentava se concentrar nas piadas de Caick e Marcos, mas sentia-se igualmente distraída. Seus pensamentos insistiam em voltar à noite anterior, à forma como seus lábios tinham encontrado os de Eduarda e à corrente de emoções que a invadira naquele momento.
— "Você tá muito quieta, Sofia", observou Caick, inclinando-se para mais perto dela. "O que tá rolando?"
— "Só estou pensando em algumas coisas", respondeu Sofia, com um sorriso forçado. "Nada de mais."
— "Sei...", disse Caick, levantando uma sobrancelha. "Se precisar conversar, tô aqui, tá?"
Sofia assentiu, agradecida pela oferta, mas ao mesmo tempo, sem coragem para contar o que realmente estava passando por sua cabeça. Ela sabia que Caick e os outros a apoiariam, mas ainda não estava pronta para compartilhar algo tão pessoal, algo que ela mesma ainda estava tentando entender.
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Rivais do coração
FanfictionSofia e Eduarda sempre foram rivais na escola. Eduarda, uma garota quieta e inteligente, era constantemente provocada por Sofia, uma líder de torcida popular e extrovertida. No entanto, durante o ensino médio, as coisas começaram a mudar quando um p...