𝘉𝘦𝘪𝘫𝘰𝘴 𝘦 𝘋𝘦𝘴𝘤𝘰𝘣𝘦𝘳𝘵𝘢𝘴

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O silêncio confortável que pairava entre Jongho e Yeosang foi quebrado apenas pelo farfalhar das folhas sob seus pés enquanto caminhavam de volta à cabana. A luz do entardecer banhava a floresta em tons dourados, criando um cenário quase mágico. Após um longo dia compartilhando memórias de infância e risadas, o cansaço os acompanhava, mas também uma sensação de proximidade que até então desconheciam.

Jongho, que caminhava ao lado de Yeosang, não pôde evitar sentir seu coração acelerar. Por fim, a cabana surgiu diante deles, como um refúgio acolhedor. Sem dizer uma palavra, Jongho sentiu uma onda de coragem crescer dentro de si. Ele diminuiu o passo, se aproximando um pouco mais de Yeosang.

Yeosang, distraído com seus próprios pensamentos, não percebeu de imediato o movimento de Jongho. Foi só quando sentiu a mão de Jongho em seu braço que virou o rosto, encontrando os olhos do caçador fixos nos seus.

- Jongho? - perguntou Yeosang, a voz baixa, um tanto surpresa pela súbita aproximação.

Jongho não respondeu. Em vez disso, sem pensar duas vezes, ele se inclinou e, com um gesto gentil, começou a distribuir beijos pelo rosto de Yeosang. Começou na testa, depois na têmpora, na bochecha... cada beijo era leve, quase como uma brisa suave.

Yeosang ficou paralisado, seu coração batendo freneticamente.

- Jongho! O que estás fazendo? - tentou empurrá-lo, mas sua voz era um sussurro nervoso, misturado com uma leve risada nervosa.

Jongho sorriu.

- Estou apenas sendo eu mesmo, Yeosang. Não me afastes - E continuou a beijá-lo, como se estivesse determinado a quebrar qualquer barreira entre eles.

Por um momento, Yeosang tentou resistir, empurrando levemente o peito de Jongho. Mas, com cada beijo, ele sentia sua resolução derreter, deixando-se levar pelo momento.

- Tu és... um tolo, Jongho - murmurou ele, finalmente parando de resistir, seu rosto corando levemente.

- Um tolo que gosta de ti - respondeu Jongho com um sorriso travesso. Ele beijou o canto da boca de Yeosang, e antes que pudesse ir mais longe, Yeosang finalmente cedeu e o beijou de volta, sua timidez dando lugar a algo mais profundo.

O beijo foi breve, mas carregado de emoção. Quando se separaram, ambos estavam sem fôlego, e o silêncio entre eles foi novamente preenchido pelo canto dos pássaros noturnos.

- Isso foi... - começou Yeosang, sem encontrar as palavras certas.

- Diferente? - completou Jongho, rindo levemente.

- Sim, diferente - admitiu Yeosang, sentindo-se um pouco bobo por ter cedido tão facilmente - Mas, por ora, vamos focar em preparar a janta antes que queimemos tudo, não achas?

Jongho riu e assentiu.

- Acho que é uma boa ideia. Não quero morrer de fome antes de te convencer a me beijar novamente.

Os dois entraram na cabana, suas bochechas ainda um pouco coradas, mas ambos rindo como se nada tivesse acontecido.

Yeosang começou a preparar a refeição, enquanto Jongho arrumava a mesa. A cada vez que se cruzavam na pequena cozinha, os olhares se encontravam, e um sorriso se formava em seus rostos. No fundo, ambos sabiam que algo havia mudado, mas, ao mesmo tempo, não precisavam colocar isso em palavras.

Na cidade, no entanto, as coisas não estavam tão tranquilas. A notícia da ausência prolongada de Jongho havia se espalhado, e o rei, preocupado com o paradeiro de seu caçador mais fiel, decidira tomar providências.

Em sua sala do trono, o rei estava sentado em seu majestoso assento, observando seu cavaleiro, Seonghwa, que aguardava de pé, pronto para receber suas ordens.

𝐴𝑚𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝐹𝑒𝑖𝑡𝑖𝑐̧𝑜 ▪ 𝐽𝑜𝑛𝑔𝑠𝑎𝑛𝑔Onde histórias criam vida. Descubra agora