A ascensão do soberano das trevas

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O crepúsculo sinistro que se avizinhava sobre a Terra não era um acidente do destino, mas uma conspiração meticulosamente orquestrada por uma entidade malévola de poder imensurável. O Soberano das Trevas, uma figura enigmática e aterradora, surgiu das profundezas do éter, trazendo consigo uma noite eterna que engoliria a luz e a esperança.

Seu nome era Malachar, um ser cuja essência era formada pela pura escuridão. Seus olhos cintilavam como abismos infinitos, e sua presença exalava um frio cortante que paralisava até as almas mais bravas. Malachar não conhecia misericórdia; sua sede de poder era insaciável, e seu desdém pela vida era absoluto.
Ele começou sua campanha de terror nos confins do mundo, onde a luz das Sete Bruxas era menos intensa. Malachar invocou sombras que se estendiam como serpentes pelas terras, sufocando a vida e a alegria a cada passo. Os campos outrora dourados tornaram-se estéreis desertos de escuridão, e as florestas frondosas se transformaram em labirintos de trevas e desolação.

Um a um, os baluartes de luz começaram a ruir. A Bruxa das Florestas foi a primeira a sucumbir, suas árvores veneráveis se contorcendo em agonia enquanto eram engolidas pela escuridão. A Bruxa dos Ventos tentou erguer tempestades para repelir as sombras, mas seus esforços foram em vão; os ventos, agora corrompidos, sussurravam canções de desespero. A Bruxa das Montanhas, a mais forte entre elas, resistiu bravamente, mas mesmo a rocha mais dura quebra sob a pressão incessante do tempo e da escuridão.
Malachar, com um sorriso cruel, observava a queda de cada uma delas, sua sede de destruição nunca saciada. Ele sabia, entretanto, que para consolidar seu domínio sobre a Terra, precisava capturar a mais poderosa das bruxas: Seraphina, a guardiã dos mares.

Seraphina, sentindo o peso da escuridão que se aproximava, cantou sua mais bela e triste canção, tentando, de alguma forma, repelir as sombras que avançavam. Suas notas melancólicas ecoaram pelos oceanos, mas Malachar era astuto e implacável. Ele invocou um nevoeiro negro que se espalhou sobre as águas, sufocando a luz da lua e a esperança no coração dos homens.

O soberano das trevas, em seu navio espectral, rasgou os mares como uma lâmina atravessa carne. Com um exército de sombras a seu comando, ele cercou Seraphina, que, mesmo em sua majestade e poder, não podia lutar contra a força avassaladora de Malachar.
Em um confronto final e desesperado, Seraphina cantou uma última vez, uma canção de desespero e perda, que fez os oceanos chorarem e as criaturas do mar lamentarem. Mas Malachar, com um gesto de sua mão sombria, calou sua voz e aprisionou a bruxa em correntes de escuridão.

Com Seraphina cativa, o mundo mergulhou em um abismo de trevas. Os mares, antes vibrantes e cheios de vida, tornaram-se poços de morte e desolação. As criaturas marinhas, privadas do canto de sua guardiã, tornaram-se bestas ferozes, e os humanos, sem a proteção das Sete Bruxas, foram forçados a viver em um mundo onde a luz do dia era apenas uma memória distante.

Malachar, agora o soberano incontestável, reinava sobre um mundo de sombras e desespero. Ele se deleitava com o sofrimento e a dor, seu riso funesto ecoando por terras devastadas. E, no coração de seu domínio, em uma prisão de trevas impenetráveis, Seraphina sofria em silêncio, sua voz e seu espírito quebrados, enquanto o mundo clamava por uma salvação que talvez nunca viesse.

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