𝐜𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐭𝐫𝐞̂𝐬

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𝐒𝐢𝐦𝐨𝐧 𝐁. 𝐂𝐨𝐧𝐧𝐨𝐫

O dia está amanhecendo, 06:13 mostrava o relógio. Estou a porra de 7 horas procurando por ela, ou algo sobre ela.

Não tem redes sociais, localização de onde mora, família, amigos... nada! Aquela pasta não serviu para nada, apenas sei que ela é 7 anos mais nova que eu. A localização daquela pasta é estranha, eu tenho certeza que esse lugar não existe, um endereço que parece ser por códigos e no final está escrito "em Cantrell", eu até gargalhei achando que era uma piada. Ela é limpa demais para morar na floresta mal assombrada.

Meus olhos já estão quase se fechando, preciso dormir. Levanto da cadeira e saio do porão caminhando até meu quarto. Tiro meus tênis e me jogo na cama fechando os olhos.

𝐂𝐡𝐞𝐫𝐥𝐥𝐲𝐧𝐞 𝐑. 𝐖𝐚𝐥𝐭𝐨𝐧

Fecho a porta do quarto com força e tranco, bufo irritada enquanto me sento na minha cama. Olho para escrivaninha e pego o porta retrato com minhas mãos, passo meu dedo na foto e solto um sorriso fraco sentindo a imagem começar a ficar embaçada.

- Sinto sua falta, meu anjo. __Meus olhos ardem, respiro fundo para não chorar e coloco o porta retrato de volta no lugar.__

Me deito na cama olhando para a pequena e única janela do quarto, quase colada no teto, vejo que o céu está nublado, aparentemente irá chover.

Sinto três batidas na porta, reviro os olhos me levantando. Abro a porta e vejo Elizabeth.

- O que você quer? __questiono olhando séria para a ruiva_

- Conversar. Posso entrar? __fala no mesmo tom que o meu_

- Você sabe que não deixo ninguém entrar no meu quarto e não temos nada para conversar. __respondo fechando a porta mas ela impede com o pé. Respiro fundo tentando manter a paciência voltando a olha para ela__

- Seu pai não quis dizer aquilo, está bem? Você não é inútil, filha! __segura minha mão quando termina de dizer, puxo minha mão rapidamente e limpo ela em minha saia_

- Será que ele realmente não queria dizer aquilo? Em todos esses anos o que ele mais fez foi esfregar na minha cara o quão insuficiente eu sou, e por que? Por que eu não faço mais o que ele pede? Por que eu cansei de matar pessoas inocentes? __pergunto fingindo sarcástico alterando o som de voz__

- Cherllyne, por favor... __diz se aproximando de mim mas interrompo ela_

-Você estava lá... __Aponto para ela segurando as lágrimas__ O tempo todo, você estava lá vendo o que ele fazia comigo, você via tudo e não fazia nada. __minha voz estava embargada, mordo os lábios virando o rosto para o lado evitando olhar para ela__

- Eu sinto muito. __Ouço sua voz baixa.

Olho para ela incrédula, é apenas "eu sinto muito" que ela iria dizer? Depois de tudo que ela viu. Fico mais alguns segundos esperando para ver se ela iria dizer mais alguma coisa, mas nada sai da boca dela. Nego com a cabeça rindo irônica, fecho a porta do quarto e me encosto nela.

Como ela consegue viver tranquilamente depois de tudo? Como ela consegue viver com aquele homem que tem o mesmo sangue que o meu?

A cada segundo eu apenas penso em fugir, mas ele me encontraria como já me encontrou milhares de vezes. Deniel é meu maior pesadelo, meu próprio pai, se é que eu posso considerar ele como um. Eu odeio ele com todas as minhas forças, pode ter certeza que até o diabo odeia esse homem, se ele já não for o próprio diabo.

Meu sangue gela quando ele age como se fosse um anjo, ele nunca será um anjo, ele é o diabo que matou o anjo que o amava, aquele desgraçado matou a minha anjinha, ela era apenas uma criança inocente que não merecia nada do que ele fez.

Me sento na cama sentindo meu peito doer, minhas mãos começam a tremer e meus olhos ardem. Odeio pensar em Deniel, porque toda vez que fecho os meus olhos, eu apenas vejo ela morta.

Fecho os olhos com força enquanto respiro fundo.

O contato da água contra o meu corpo me faz querer voltar para a superfície.

Ela era apenas uma criança.

Eu nado o mais rápido que posso, mas parece que a água congelante do rio não me faz sair do lugar.

Era para eu estar no lugar dela.

Eu finalmente vejo seu corpo, afundando lentamente naquela tarde de outubro.

A culpa foi toda minha, apenas minha. Se eu tivesse obedecido ele.

O destino de Deniel está programado, a morte dele já está destinada.


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Olá leitores, estão gostando da história?

Bem, estou tentando meu máximo, acredito que iram gostar.

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𝙎𝙏𝘼𝙇𝙆𝙄𝙉𝙂 𝙔𝙊𝙐 - 𝙉𝙞𝙘𝙤𝙡𝙡𝙮 𝙎.Onde histórias criam vida. Descubra agora