23. Tempo esquecido

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[Gatilho: violência, abuso]

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[Gatilho: violência, abuso]

Cinco meses haviam se passado desde que Minho foi levado por Woo-seok, e cada dia que se seguia era uma batalha constante para manter sua sanidade. O cativeiro se tornara um labirinto de dor, manipulação e medo, onde Kang alternava entre gestos doentios de afeto e explosões de violência, como se quisesse quebrar a resistência de Lee e moldá-lo à sua imagem distorcida do amor.

O espaço onde o policial estava preso era uma construção velha e abandonada, localizada em uma área remota e esquecida. As paredes eram frias e úmidas, cobertas de mofo e sujeira, e a única luz que entrava no ambiente vinha de pequenas janelas quebradas que nunca eram abertas completamente. O cheiro de umidade e ferrugem impregnava o ar, tornando o ambiente ainda mais sufocante.

Minho havia perdido a noção exata do tempo; dias e noites se misturavam em uma monotonia opressiva. Woo-seok controlava cada aspecto de sua vida ali, limitando seu acesso a comida, água e até mesmo à luz do dia. O ex-namorado o mantinha em um estado constante de vulnerabilidade, usando isso como uma forma de controle. Lee sabia que Kang estava tentando reprogramar sua mente, forçando-o a aceitar aquela nova realidade como normal, mas ele resistia com todas as suas forças.

No entanto, a resistência física e emocional do policial começara a falhar. Ele estava magro, pálido e coberto de feridas, tanto visíveis quanto invisíveis. As correntes que antes prendiam seus pulsos e tornozelos haviam deixado marcas profundas em sua pele, cicatrizes que permaneceriam por muito tempo, mesmo depois de sua eventual libertação — se essa libertação algum dia chegasse. Cada vez que Woo-seok entrava no quarto, o coração de Minho acelerava, temendo o que ele poderia fazer a seguir.

O ex-namorado, por outro lado, parecia se deliciar com o poder que tinha sobre Lee. Ele o tratava como um brinquedo, algo que podia manipular à vontade. Havia momentos em que ele era estranho e gentil, tentando convencer o policial de que o que eles tinham era amor verdadeiro, algo que o mundo lá fora jamais entenderia. Em outros momentos, ele era cruel, demonstrando sua raiva e frustração de formas que deixavam marcas não apenas no corpo de Minho, mas também em sua alma.

Certa noite, Kang entrou na construção carregando uma bandeja com um pouco de comida e água. Ele se aproximou de Lee, que estava encolhido em um canto, os olhos sem brilho fixos em algum ponto distante da parede.

— Amor, trouxe algo para você comer... — Woo-seok disse, em um tom suave que o policial já aprendera a temer. Ele colocou a bandeja no chão e sentou-se ao lado de Minho, olhando-o com uma expressão de falsa preocupação.

Lee não respondeu, nem se moveu. Ele sabia que qualquer resposta poderia desencadear uma reação de Kang que ele não estava preparado para lidar. Em vez disso, ele permaneceu quieto, tentando controlar a respiração e a dor que sentia em cada parte de seu corpo.

O ex-namorado suspirou e estendeu a mão, acariciando o cabelo de Minho com gentileza. — Eu sei que está difícil para você, mas estou fazendo isso por nós. Você vai ver... um dia, você vai entender que tudo isso foi necessário.

Doce Justiça | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora