하나 Cigarros e violetas.

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Luzes das lâmpadas apagadas. Luzes das estrelas acesas, iluminado o céu por completo. Uma linda noite estrelada — então foi nisso que Van Gogh se inspirou? A suave e agressiva ventania brigando com os vidros das janelas. A lua está cheia, é a mais brilhante de todas que já vi. É como se ela quisesse se mostrar hoje, como se algo de especial estivesse acontecendo para ela querer ser vista. Sinto muito se a pessoa que espera esteja dormindo, seria um desperdício enorme não admirar tal magnitude.

Fazem alguns poucos minutos desde que cheguei em casa. Os três irmãos da Jihyo são bem enérgicos, ao contrário de seus pais. Eles são calmos, porém, reservado e tímido são palavras que eles não devem conhecer. No final, acabei voltando com o bichano, agora sou oficialmente seu dono. Na maior parte do tempo que passei lá ele não desgrudou de mim, apenas para andar pela casa algumas vezes, mas em rápidos minutos ele voltou para meu colo. Me pergunto o que ele viu em mim.

Silêncio. O que é mais admiro.

Por muito tempo odiei o silêncio, na verdade, passei minha infância e adolescência interia odiando o silêncio. Eu me sentia impotente, ouvia vozes que faziam meu ouvido sangrar, ouvia o meu próprio barulho.

Desde que me conheço como gente, sempre que minha criança fazia algo de errado, era recompensada com um silêncio perturbador. Nenhum oi sequer era direcionado a mim, era como eu se tivesse me transformando em um fantasma, e dias depois voltavam a falar comigo como se nada tivesse acontecido. Meus pais eram maduros, né? Que piada.

Felizmente, consegui encontrar conforto em meu tsunami de desespero e medo. Atualmente, meu silêncio é tipo uma cama bem quentinha em um dia frio. Eu consigo escutar meus artistas favoritos sem interrupções, e consigo dormir profundamente. Eu aprendi a não me escutar.

— Meow — o bichano sobe na janela, ficando ao meu lado.
— Você não se incomoda com meu cigarro, né? — ele não me responde, porém lambe meu rosto — por que você está aqui, comigo? O que eu te fiz? — questiono, sabendo que não terei nenhuma resposta.

Estou com os cotovelos apoiados na janela do quarto. Uma brisa gentil convida meus fios de cabelo para uma valsa. Meu corpo se arrepia pelo frio, mesmo vestindo minha camisa de manga longa. Uma caixa repleta de cigarros está ao meu lado — comprei essa antes de vir para cá.

Vejo a fumaça se espalhar no ar, e logo depois sumir. Eu odeio fumar, pois meu pai era fumante, e meu primeiro amor, e todos que já me machucaram. É sempre assim, quantos mais odiamos alguém, consequentemente mais parecidas ficamos em alguns aspectos. Acabamos tendo as mesmas ações inconsciente, e quando percebemos, somos o espelho do nosso próprio rancor.

— Que horas são? — questiono a mim mesmo em voz alta.

Pego meu celular do meu bolso. São 11:11pm. Nesse momento, o bichano põe sua pata sobre minha mão que segurava o celular, com a cabeça baixa, e depois lambe meus dedos.

Ultravida - De mãos dadas até o fim, em qualquer horizonte » 𝗵𝘆𝘂𝗻𝗹𝗶𝘅Onde histórias criam vida. Descubra agora