Capítulo Dois

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O encontro de cores que pintam o céu na hora que o sol já se põe provavelmente é uma das coisas mais maravilhosas na Terra

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O encontro de cores que pintam o céu na hora que o sol já se põe provavelmente é uma das coisas mais maravilhosas na Terra.


Gregory estendeu uma toalha xadrez vermelha no chão, colocando algumas comidas em cima dela.

- Agora entendi o porquê você nunca tem materiais escolares na mochila. – Sorri brincalhona na direção dele, que se permitiu esbanjar um pequeno sorriso conforme se sentava ao meu lado – Obrigada.

"Não me agradeça." Senti um leve selar por parte dele no topo de minha cabeça "Não por enquanto" vi ele alargar um sorriso

Fiquei hipnotizada por um tempo analisando sua feição, encantada, até sentir um peso em minhas pernas agora cruzadas.

"Surpresa, principessa!" Forcei meus olhos a se desviarem dos olhos cristalinos de meu amigo, na direção do embrulho, abrindo-o e sentindo meus olhos se encherem de lagrimas.

- Oh, Gregory! - Repousei com cuidado o bolo de leite ninho na toalha, puxando-o para um abraço sem permitir que uma lágrima só se derramasse - Você lembrou!

"Jamais me esqueceria!" senti ele me apertar em seus braços

Ficamos ali por um tempo no abraço, até que eu me retive, suspirando e sorrindo

"Assopre! Faça um pedido!" Foquei meus olhos no bolo, analisando-o melhor. Era um bolo de leite ninho, escrito 'Feliz 17 anos' em cima, e no canto do embrulho, havia uma vaquinha de pelúcia.

Analisei o fogo que reluzia no topo das velinhas agora acesas, sorrindo, sentindo somente um desejo

Que minha mãe pudesse ser feliz novamente.

Assim que assoprei o fogo, senti um arrepio por completo percorrer meu corpo, e uma sensação esquisita tomar conta de mim. Como se estivéssemos observados.

Acho que Gregory também notou, só não transpareceu.

"E então, o que pediu?" Vi ele analisar a nossa volta, desconfiado, eu podia sentir, embora sua feição não transparecesse nada

- Se eu falar não se realiza, né? – Sorri, passando a ponta do meu dedo no creme de leite ninho, rindo enquanto passava um pouco na bochecha dele.

"Hey!" Senti ele pegar um pouco e querer passar em mim também, me fazendo sorrir e levantar rapidamente "Volte aqui!" Começamos a correr em círculos, rindo

- Você nunca irá me sujar! – Apontei na direção dele, mandando um beijo a distância

"Não, é?" Em milésimos, senti ele pular nossa toalha e rolar comigo por ali, me fazendo rir cada vez mais "Parece que agora eu consegui" Senti uma textura mais gélida ir de encontro com minha bochecha

-Besta! Isso foi trapaça! – dei a língua pra ele, analisando-o a milímetros do meu rosto.

Estávamos tão perto, que mais um pouco...

CRACK, CRACK

Viramos os dois a cabeça na direção da mata que ficava logo atrás da estrada que estava atrás de nós, analisando o barulho que parecia se aproximar.

- O que foi isso? – Arqueei minha sobrancelha, tentando controlar minha respiração que estava um pouco ofegante

Senti a mão de Gregory tampar meus lábios, conforme ele me analisava fixamente

"Fique aqui, em silêncio, e não saia até que eu venha aqui te chamar. Mesmo que por ventura se pareça comigo, só saia se eu voltar." Olhei da mata na direção dele, sentindo meus batimentos cardíacos descompassados, tentando entender o que ele estava falando.

Um ladrão? Um sequestrador?
E o que raios ele queria dizer com 'Se pareça comigo?'

Antes que eu pudesse dizer algo, vi ele se levantar rapidamente e desembainhar uma espécie de espada-foice que parecia muito bem escondida em suas vestes atravessando correndo a estrada e entrando mata a dentro

Pelo amor de DEUS, o que está acontecendo?

Olhei a minha volta, perplexa, ouvindo alguns sons como...Rosnados, não, eram meio brutais, vindos da floresta agora cada vez mais escura à medida que a lua tomava seu lugar no céu.

Me levantei, sentindo minhas mãos levemente trêmulas, vendo agora algo como um feixe de luz brilhar mata a dentro seguido de um estouro forte, fazendo com que emoções nada boas florescessem no meu peito.

[...]

- Mamãe? Mãe? – corria perdida dentre várias folhas, ao som de uma forte chuva no meu encalço.

Eu nunca fui muito amiga de tempestades.

Estávamos em Salerno, em uma das inúmeras mansões de minha família espalhadas por todo o território Italiano.

Eu havia perdido minha mãe de vista, e não gostava muito do meu avô. Ele estava conosco na propriedade enquanto meu pai havia saído para negócios de ultima urgência, e ele era mau.

Ele não aceitava muito bem o fato de que eu era uma menina. E parece que mamãe estava grávida mais uma vez.

Continuei correndo por toda a extensão de mata, ouvindo os estrondos que ressoavam em minha cabeça a cada trovão e me agarrando cada vez mais á minha vaquinha de pelúcia.

"NÃO! NÃO!" consegui ouvir a voz de minha mãe aos berros, conforme eu me aproximava cada vez mais rápido, com meu corpinho cansado e mole já.

"Vamos, June, eu não posso aceitar outra filha. Uma já é muita desonra." Consegui ouvir algo como a voz do meu avô falando conforme eu chegava próxima, tendo uma visão melhor do local.

Era uma espécie de clareira, mas não uma clareira fofa do estilo filmes românticos.

Era uma clareira na qual minha mãe estava no centro, acorrentada, com sua barriga agora de grávida exposta completamente na direção do meu avô.

Algo em mim naquele dia se quebrou. 

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⏰ Última atualização: Aug 18 ⏰

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Eu sou Mary MillerOnde histórias criam vida. Descubra agora