Inexplicável - Ohanitta -

Cap. 57

As mãos de Larissa suavam enquanto ela tentava desesperadamente clicar no botão de ligar. Quando finalmente conseguiu fazer a ligação, sentiu seu coração despedaçar aos poucos.

- O que houve que...

- Ohana tá lá dentro! – Falou e não conseguiu segurar as lágrimas que tava segurando durante todo o tempo desde que viu que a loira não ia atender porque estava dentro do restaurante. – Eu não sei o que fazer pra tirar ela, mãe! Eu não sei o que faço, ela tá lá! – A voz de Larissa saia cortada pelo choro.

- Ohana tá lá aonde? Calma minha filha, me explica direito.

- Um cara começou a atirar no restaurante... – Larissa parou de falar, sentindo o mundo girar. Suas costas bateram no carro enquanto ela buscava por ar, foi caindo lentamente até sentar no chão. – Eu não consigo respirar, meu Deus eu não sei o que fazer!

- Larissa, se acalme!

- Ela já devia ter saído, mãe! Porque ela não saiu? – Larissa colocou a mão sobre o peito tentando amenizar o perto no coração que sentia.

- Você tá aonde? Me mande a localização, eu to indo aí.

- Ele atirou e Ohana tá lá dentro, ainda não saiu! O que eu faço? Eu preciso fazer alguma coisa pra tirar ela de lá, eu não posso deixar ela lá mãe! Não posso deixar ela... – A fala dela foi cortada pelo choro. – Os policiais não me deixam passar!

- Larissa Machado, você não invente de entrar! Ohana vai ficar bem, se acalme e me mande a localização!

- Larissa Machado? – Uma voz masculina fez Larissa erguer a cabeça e quando viu que era um policial, se levantou. – Você é a esposa de Ohana Lefundes Machado?

- Sou! Aonde ela tá? Ela tá bem? Cadê ela? – Larissa deu um passo a frente, tentando enxergar Ohana em qualquer lugar que fosse. – Porque ela não saiu ainda?

- A entrada no local ainda está proibida, Senhora! Vou pedir que espere aqui fora, a sua esposa será trazida pelos paramédicos e você poderá acompanha-la ao hospital... – O homem ia falar algo a mais, mas Larissa o interrompeu.

- Pro hospital? – Ela colocou as mãos na cabeça, as lágrimas saindo novamente. – O que houve com ela? É-É... – As palavras começaram a embrulhar em sua mente, a dor de cabeça a atingindo com força. – Foi raspão? O estado? Qual o estado?

- Não vou saber informa-la, a senhora vai ter que esperar...

- EU NÃO POSSO ESPERAR! EU PRECISO SABER SE MINHA ESPOSA TÁ BEM! – Larissa começou a andar em direção ao restaurante, mas logo sentiu mãos a segurando.

- Senhora, a senhora preci...

- ME SOLTA! – Ela se soltou e deu mais alguns passos. – OHANA, AMOR EU TO AQUI! – Ela gritou.

- Senhora...

- Me deixa passar, pelo amor de Deus, eu preciso saber se ela tá bem! – Larissa desabou em choro novamente. – Por favor! Nós acabamos de casar. – Ela caiu ajoelhada. – Nós vamos construir uma vida juntas, ela vai realizar o sonho dela de ter uma floricultura e vai engravidar e... e... – Ela levou as mãos no rosto, limpando as lágrimas que não paravam de cair. – E eu não posso viver sem ela!

Ela escutou o barulho das sirenes de duas ambulâncias chegando, ergueu o olhar e logo se levantou. Conformada que ia ter que esperar, ficou paralisada, olhando as ambulâncias pararem e os paramédicos irem até o restaurante.

- Pode ir pro lado das ambulâncias que uma delas vai ser pra levar sua esposa!

Larissa não respondeu, apenas saiu andando em direção as ambulâncias. Não sabia como estava conseguindo se manter em pé, todo seu corpo tremia por dentro. Estava tão gelada que não sabia como não tinha desmaiado ainda e seu coração apertava forte em seu peito.