O DOCE AMARGOR DA DOR -Minsung

1- O DOCE AMARGOR DOS DIAS.

1° CAPÍTULO

-O doce amargor dos dias

>>>Notas importantes

🐰🐹

Han Jisung era um garoto que, em frente aos pais, aparentava seriedade excessiva. Era como se aquelas duas figuras nada parentais, que agora estavam à sua frente comendo uma comida sem gosto e já fria, não fossem seus pais, e sim seus torturadores. Mas não se tratava de tortura física; estávamos falando de tortura psicológica.

— Han Jisung, você está na mesa comendo com seus pais e nem ao menos olha para eles? — Sr. Han levanta a voz, tentando olhar em direção ao seu filho.

— Perdão, Pai. — Dá apenas uma resposta seca, por fim, olhando nos olhos das duas figuras à sua frente.

Jisung nunca, na sua vida, tentou enfrentar de frente os seus pais. Apenas de maneira que eles não percebessem: saídas à noite como um gato em fuga, quarto com duas trancas, mais de um celular, beijos às escondidas no seu quarto... Entre várias outras coisas bem piores. Seus pais já sabiam que Jisung não era mais o mesmo: olhos de jabuticaba sem brilho, rosto cansado e já não pulava mais pela casa de alegria.

E eles sabiam que a culpa era deles; isso é o que mais doía... Doía todos os dias.

— Bom, eer... Meu filho, como vai sua faculdade? Alguma namorada? — Sra. Han iniciou uma conversa com sua voz doce de sempre.

Jisung abre um sorriso doce para sua mãe, do qual recebe o mesmo sorriso doce. Então, dá mais um gole na sua bebida.

— Não mãe, nenhuma infelizmente! Não encontro ninguém que me interesse... — Fala derrotado ao lembrar das pessoas da sua faculdade.

Aquilo era mais uma mentira que Jisung conta para seus pais. Sim, não é uma mentira que não tenha ninguém de seu interesse, mas a verdade é que Jisung não deseja uma namorada. Ele desvia seu olhar lentamente para seu pai, Sr. Han, e logo vê uma feição de desgosto partido do outro à sua frente.

— Desse jeito vai acabar virando gay! Igual esses seus amiguinhos de artes da faculdade, nem deveria existir faculdade de "Dança", "Canto", "Pintura", todo mundo sabe fazer isso! —

Suas palavras saíram como um terrível e rasgado amargor que machucou lentamente a garganta de Jisung, formando um nó em todo o seu interior. O sentimento de ter uma família afetiva nunca seria a real riqueza de Han Jisung. Tantos clamavam por ter o dinheiro que ele tinha, mas, às vezes, Han Jisung clamava a Deus por um pouco de amor; que, se não fosse da sua família, que fosse de outro alguém, um alguém amoroso, cuidadoso e que entendesse sua dificuldade de confiar, que amasse cada defeito seu. Seus pensamentos se esvoaçam por todo o seu ser, assim como os nós em sua garganta. Pisca o olho novamente e percebe o silêncio que pairou por ali.

— Jisung, meu pequeno, você quer ir para aquele estúdio de dança com a mamãe? —

A Sra. Han quebra o gelo, ignorando totalmente o olhar mortal do seu marido contra si, apenas olhando para seu lindo filho que, sem perceber, faz um gesto fofo com seus olhos de jabuticaba e a boca cheia de comida. Ele olha fixamente para sua mãe e balança a cabeça como um sim freneticamente.

— Hm-hm, ótimo. Vamos dançar bastante! Bom... Todos sabem dançar, né? — Sra.Han olha para seu marido ao completar a frase com um tom sarcástico.

🐰🐹

Os cabelos bagunçados, olhos avermelhados, edredons espalhados pela cama, e o ambiente exalando diferentes cheiros... Algo que já era normal para Minho, mas para qualquer um alertava rapidamente sobre uma noite anterior difícil e cansativa. Ele se espreguiça, tentando espantar o sono e os resquícios da confusão da noite passada, enquanto tenta organizar os pensamentos que ainda estão embaralhados. Suas mãos apertam a cama ao sentir uma forte dor de cabeça, mas logo ele se levanta e cambaleia lentamente até a cozinha, que era apenas um corredor de distância do seu quarto. Minho sente sua cabeça rodar enquanto tropeça na bancada que faz a divisória entre a cozinha e a sala. Ele apenas enfia a mão em um pote de cerâmica pintado carinhosamente pelo seu amigo, Hyunjin, na bancada e pega uma cartela de remédio para dor de cabeça.