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VEGAS SUMETTIKUL
Assim que os equipamentos chegaram, posicionei-me ao lado de Pete, segurando sua cabeça com cuidado, uma mão em sua nuca e a outra no queixo, preparando-o para receber o equipamento respiratório. Quando a enfermeira ajustou a máscara, levantei suavemente sua cabeça, observando enquanto ele lentamente se acalmava e seus batimentos se regulavam.
— Não precisava se desesperar — falei, tentando manter a calma na voz. — É apenas uma falta de ar... você vai usar o suporte temporariamente, mas não é nada sério, ok?
Enquanto eu dizia isso, minha mão passou pelo suporte respiratório, quase como um gesto de conforto, mas meu pensamento estava longe. Isso não deveria estar acontecendo. Mesmo que eu dissesse que não é nada sério, o que mais poderia ocorrer durante a recuperação dele?
— Doutor... — a voz fraca de Pete chamou minha atenção. Virei-me para ele e me sentei na cadeira de madeira ao lado de sua cama.
— O que foi? — perguntei, tentando parecer tranquilo. Pete não tinha a expressão sofrida que muitos pacientes costumam ter. Ele parecia... bem. Ou talvez estivesse tentando se convencer disso.
— Você não respondeu minha pergunta... Tem alguém na recepção? — Ele olhava para mim com uma esperança velada, um brilho frágil nos olhos.
Minha expressão suavizou. Na recepção, não havia ninguém esperando por ele. Nenhum amigo ou familiar. Apenas fãs e repórteres do lado de fora do hospital, ávidos por notícias.
— Na recepção? Não, Pete. Eu mandei Mhok verificar, mas ele não me mandou nenhuma mensagem. Se tivesse alguém, eu seria o primeiro a saber, para decidir se você está em condições de receber visitas.
— Ah... — Ele suspirou, e eu pude ver seu semblante mudar, tornando-se mais sombrio. Eu queria perguntar o que havia de errado, mas ele começou a falar primeiro.
— Às vezes, eu me sinto tão sozinho — ele começou, a voz baixa, como se estivesse se confessando. — Há tantas pessoas ao meu redor, me dando presentes, dizendo que me amam, que eu salvei suas vidas... mas eu não entendo. Me sinto mal por não sentir o mesmo. Claro, eu amo meus fãs, mas depois dos treinos e das danças, eu chego em casa e não há ninguém. Não tenho família, amigos... E agora estou aqui, em um hospital, sem ninguém me esperando, desabafando com um médico bonitão.
Senti uma pontada no peito com suas palavras, mas também não pude conter o sorrisinho com o apelido. Apertei sua mão levemente, querendo transmitir algum conforto.
— Você não deve se culpar por isso, Pete. Eu não sei tudo o que se passa na sua vida, mas deve ser difícil. Mas olhe pelo lado positivo: há muitas pessoas que te amam, mesmo que você não as conheça. E sei que pode parecer vazio, mas isso importa para muita gente. Talvez o que você precise é de alguém com quem possa compartilhar esses momentos... e eu tenho certeza de que você vai encontrar essa pessoa, nem que ela saia de um desconhecido total ou um fã querendo uma amizade.
Passei o polegar pela mão dele, tentando mostrar alguma forma de apoio ou o que quer que ele estivesse precisando naquele momento.
— Sua recuperação vai ser longa, Pete. Eu não quero que você fique entediado. Podemos fazer algo que você goste... Embora eu esteja ocupado a maior parte do tempo, posso trazer alguns quadrinhos, um notebook, filmes ou Jogos para jogarmos juntos no meu tempo livre ou horário de almoço... o que você acha?
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Cure For Love - vegaspete
FanficUm médico, um dançarino e uma fratura. Onde a vida de duas pessoas com vidas totalmente diferente, mas histórias tão parecidas ao mesmo tempo, se encontram, eles dariam certo? Algo sairia dessa relação? Ou melhor...há alguma chance de suas vidas vol...