O Retorno

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Dois anos haviam se passado desde que fui enviado para a zona de treinamento. Durante esse tempo, dediquei-me intensamente, convencido de que estava preparado para qualquer adversidade que encontrasse. Contudo, ao retornar à cidade após a conclusão do treinamento, a realidade que enfrentei era sombria e devastadora.

O cenário das cidades havia se transformado em um cenário pós-apocalíptico. As ruas, antes habitadas, estavam repletas de veículos destruídos, alguns virados e outros com marcas evidentes de danificação. O asfalto estava salpicado de sangue, e corpos mortos espalharam-se por todo o lado, como tristes testemunhas de um atentado horrível que havia acontecido. As paredes dos prédios eram cobertas por inscrições desesperadas e desenhos grotescos, refletindo o desespero que se havia instalado na cidade.

As televisões, ainda ligadas em alguns estabelecimentos abandonados, transmitiam notícias sobre atentados e crises que se alastravam pelo país por conta dos fugitivos. O caos parecia ser a nova norma, e a sensação de desesperança era descomunal.

"Não posso acreditar no que estou vendo," eu disse, observando o desolador cenário à minha frente.

Any, minha fiel companheira, olhou para mim com um olhar compreensivo. "Eu também estou em choque," disse ela, "Mas não podemos ficar parados aqui. Precisamos encontrar um abrigo e avaliar a situação."

"Você tem razão," concordei, tentando afastar a sensação de paralisia que me dominava. "Vamos procurar um lugar seguro. Se as coisas estão tão ruins como parecem estar, precisamos estar preparados para tudo quepode acontecer."

Caminhando pelas ruas devastadas, tentamos evitar as áreas mais perigosas e procuramos sinais de sobreviventes. As televisões em alguns  prédios ainda passavam notícias, a maioria sem sentido devido ao caos. Uma transmissão chamou nossa atenção: "A situação está crítica. O governo está perdido e não há mais forças suficientes para controlar a situação. A população é aconselhada a se abrigar e esperar por instruções."

“Isso é um desastre total,” comentou Any preocupada. “Estamos sozinhos em meio a tudo isso.”

Eu a olhei e tentei oferecer um sorriso encorajador. “Não estamos sozinhos. Temos um ao outro, e isso é o que importa agora. Vamos  andando e tentar encontrar um caminho para melhorar essa situação.”

A presença de Any era um alívio e uma fonte de força. Juntos, enfrentaríamos os desafios que surgissem e, quem sabe, poderíamos encontrar algum sentido e esperança mesmo em meio ao caos que nos cercava.

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