Capítulo 13: Astoria

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TW: Abuso.


A mãe de Astoria sempre a odiou. Nada que ela fazia era bom o suficiente.

"Sente-se ereta, Astoria."

"MAIS DIREITO !"

"Pare de comer, Astoria."

"Ombros para trás, Astoria!"

"Não! Não desse jeito!"

*Palmada*

"Você mereceu isso, Astoria."

"Agora tente novamente."

Sua mãe a treinaria por horas por dia para ser a esposa de sangue puro perfeita. Ela deveria saber distinguir seus cetins de suas sedas, ela não deveria comer até que o chefe da casa tivesse dado a primeira mordida, ela deveria falar somente quando lhe falassem. Olhos baixos, ouvidos abertos e, acima de tudo, sirva seu marido e ele a recompensará com seu herdeiro.

Quando Astoria era uma jovem garota, ela não tinha muitos amigos. Sua irmã Daphne era aquela para quem todos gravitavam. Ela era mais bonita, ela era mais inteligente, ela não tinha que treinar para se tornar a esposa puro-sangue perfeita, ela já era. Tudo vinha naturalmente para Daphne e Astoria a odiava por isso.

Numa tarde de verão, ela convidou Pansy para brincar enquanto suas mães tomavam chá no jardim. Pansy tinha trazido a maquiagem da mãe e queria praticar em Astoria.

"Fique parada, Tori! Quase... pronto..."
Pansy passou o batom vermelho nos lábios da melhor amiga, dando os retoques finais e a virou em direção ao espelho.

As bochechas de Astoria coraram, ela nunca se sentiu mais bonita.
É isso. Isso deixará minha mãe orgulhosa. Posso mostrar a ela o quão bonita eu sou, talvez ela me ame. Talvez ela veja que eu posso ser igual a Daphne.

"Eu tenho que mostrar para minha mãe!" Astoria estava sorrindo de orelha a orelha. Ela desceu correndo as escadas para encontrar sua mãe nos jardins.

"Mãe! Olha, olha que lindo!" Astoria parou diante delas, seu sorriso ainda radiante. Olhando para sua mãe e de volta para Daphne.
O silêncio se instalou sobre a mesa de chá, as três senhoras ficaram quietas e se viraram para Astoria, Daphne começou a rir.
"Com licença." A Sra. Greengrass jogou seu guardanapo em seu prato de chá e saiu da mesa.
Ela agarrou Astoria pelo braço e a puxou de volta para dentro de casa.

"Como ousa me interromper!" Um tapa forte atingiu o rosto de Astoria. Ela cambaleou para trás, caindo no chão.

"Mas mãe-" ela gritou.

"O que eu te disse!" Sua mãe puxou Astoria até os joelhos pelos cabelos loiros.

"Mãe, por favor, me desculpe. Me desculpe." Astoria implorou.

A Sra. Greengrass olhou para a filha com desgosto, seu rosto se contorcendo.

"Vermelho é para prostitutas, Astoria, é isso que você é? É isso que eu te ensinei?" O aperto em seu cabelo ficou mais forte, fazendo outra lágrima correr por sua bochecha.

"Não, mãe. Sinto muito. Sinto muito. Vou tirar!" As lágrimas de Astoria começaram a embaçar seus olhos, seu cabelo estava tão apertado contra sua pele que estava levantando suas sobrancelhas para trás.

"Nunca mais interrompa com suas bobagens infantis!" Ela soltou seu cabelo e a jogou no chão.
A mãe de Astorias passou por cima do corpo chorando da filha, voltando para o chá como se nada tivesse acontecido.

Astoria ficou lá por um momento no chão da sala. Sua mãe já tinha batido nela antes, ela tinha lhe dado muitos tapas. Mas nunca tinha chegado tão longe, ela nunca tinha a empurrado para o chão assim antes. Ela deve ter feito algo realmente errado. Ela tinha decepcionado sua mãe mais uma vez, ela merecia. Sim, sim, isso mesmo. Ela merecia. Está tudo bem, minha mãe ainda me ama. Ela só quer o melhor para mim, sim, isso é tudo, apenas o melhor.
Vermelho é para prostitutas, eu não sou uma prostituta. Eu sou uma bruxa puro-sangue.

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